Embriagez: aumento das multas ocorreu mesmo após a lei seca ficar mais rigorosa (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2014 às 14h52.
Sorocaba - As multas a motoristas embriagados cresceram 40% no primeiro semestre deste ano nas rodovias do estado de São Paulo, em comparação com o mesmo período de 2013, segundo dados da Polícia Militar Rodoviária.
O aumento ocorreu mesmo após a lei seca ter se tornado mais rigorosa. Desde fevereiro de 2013, o motorista flagrado pelo bafômetro com mais de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar fica sujeito a processo por crime de trânsito, com pena prevista de seis meses a três anos de detenção.
Conforme os dados da Polícia Rodoviária, 12.340 motoristas foram multados por dirigir embriagado nas rodovias estaduais paulistas de janeiro a junho deste ano - no ano passado foram 8.754 multas.
Não estão incluídas as rodovias federais que cortam o estado. Nesses mesmos períodos, o aumento no número de multas por excesso de velocidade, a infração mais cometida pelos motoristas, foi de 10%.
Enquanto no primeiro semestre de 2013 foram aplicadas 1.008.400 multas, este ano, até o final de junho, o número chegava a 1.161.674. Em 80% das autuações, os motoristas excederam a velocidade em até 20% do limite.
De acordo com o comando da Polícia Rodoviária, em parte, o maior número nos flagrantes por embriaguez pode estar relacionado às operações com uso de bafômetro realizadas nas rodovias, especialmente em feriados prolongados.
Segundo o comando, a fiscalização será intensificada. A polícia dispõe de 350 equipamentos para medir a dosagem alcoólica dos motoristas na malha rodoviária estadual.
Até fevereiro do ano passado, se o bafômetro registrasse 0,13 miligramas de álcool por litro de ar expelido o motorista era liberado. Após a lei ter se tornado mais rígida, a presença de 0,05 miligramas - equivalente a menos de um copo de cerveja - já rende multa gravíssima. Acima desse valor, a multa é de R$ 1.915,40 e o motorista perde o direito de dirigir por um ano.
A partir de 0,34 miligramas, além dessas punições, o motorista responde a processo criminal. Se o motorista se negar a soprar o bafômetro, a embriaguez pode ser constatada pelo policial através de sinais externos, como olhos vermelhos, fala empastada e dificuldade para ficar em pé.
6 mortes
Em abril deste ano, o comerciante Fábio Hiroshi Hattori, de 27 anos, perdeu a direção do carro que dirigia e atropelou 12 jovens que haviam saído de uma rave, na rodovia Raposo Tavares, em Sorocaba. Seis pessoas morreram, as outras ficaram feridas. O teste do bafômetro constatou 0,63 miligramas de álcool por litro de ar expelido pelo condutor.
Acusado de homicídio doloso - com intenção -, Hattori foi preso e ficou 16 dias na prisão, até ser libertado mediante pagamento de fiança de R$ 29 mil.
A justiça entendeu que, apesar de ter dirigido embriagado, ele não agiu com intenção de causar as mortes. O comerciante responde em liberdade aos processos por homicídio culposo.