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Mulheres pedem igualdade de gênero em canais de comunicação

Jornalistas, colunistas e escritores se uniram a essa iniciativa e cederam lugar a mulheres em seu lugar


	Protesto contra o PL5069/2013 de Eduardo Cunha em Brasília: “Homens convidam mulheres para escrever no seu lugar e se colocam nesse lugar do ouvinte"
 (Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

Protesto contra o PL5069/2013 de Eduardo Cunha em Brasília: “Homens convidam mulheres para escrever no seu lugar e se colocam nesse lugar do ouvinte" (Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 10h34.

Como forma de defender a igualdade de gênero, a ação #AgoraÉQueSãoElas ocupa durante toda esta semana espaços tradicionalmente dedicados a homens em diversos veículos de comunicação.

Jornalistas, colunistas e escritores se uniram a essa iniciativa e cederam lugar a mulheres.

“Homens convidam mulheres para escrever no seu lugar e se colocam nesse lugar do ouvinte. Dando voz e vez a uma mulher. Reconhecendo a urgência da luta feminista por igualdade de gênero e o protagonismo feminino nesta luta”, escreveu em seu perfil no Facebook Manoela Miklos, criadora da iniciativa.

O colunista Gregório Duvivier cedeu seu espaço na Folha de São Paulo, na última segunda-feira (2), para Manoela.

Ela usou a coluna para falar sobre a manifestação ocorrida em São Paulo contra o Projeto de Lei (PL) 5.069/13, de autoria de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que dificulta o acesso de vítimas de estupro ao aborto e à pílula do dia seguinte.

Na última sexta-feira (30), centenas de mulheres saíram em passeata da Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, seguiram pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio e finalmente chegaram até a Praça da Sé.

A doutora em ciência sociais e professora da Universidade Federal da Bahia Maíra Kubik Mano escreveu para o blog do jornalista Leonardo Sakamoto sobre a falta de espaço para as mulheres em veículos de comunicação tradicionais.

“Acho que a campanha [#AgoraÉQueSãoElas] é importante para dar visibilidade à exclusão das mulheres da fala pública, para mostrar como a maioria dos espaços, dos meios de comunicação, são ocupados pelos homens”, disse.

“A exclusão das mulheres dessa fala implica em muitas histórias não contadas, muitas experiências de vida que não são relatadas”, completou.

Para Maíra, as mulheres são excluídas dos meios de comunicação ou, quando têm espaço, desempenham papel secundário.

A professora ressalta que as mulheres pouco aparecem como fontes de notícias em papéis que já não são atribuídos a elas tradicionalmente, como mãe ou responsável pelos cuidados domésticos.

“Quando temos uma matéria que fala sobre o aumento do custo de vida, geralmente se vai ao supermercado e se entrevista uma mulher, dona de casa, que comenta aquilo. Mas quando é para falar sobre a crise econômica global, vem um especialista homem, economista, dar suas impressões sobre o assunto”, disse.

Sobre o PL 5.069/13, Maíra disse que considera o projeto um terror para a vida das mulheres. “Esse PL propõe que as mulheres vítimas de estupro não tenham acesso à contracepção de emergência e aí elas podem acabar tendo uma gestação indesejada de um ato absolutamente violento”, afirmou.

Outros jornalistas e escritores também cederam espaço a mulheres ao longo desta semana como parte da campanha #AgoraÉQueSãoElas - entre eles, Marcelo Freixo, que cedeu sua coluna para a socióloga Julita Lemgruber, o blog de Juca Kfouri deu voz à Camila Kfouri , o blog do Moreno abriu espaço para a jornalista Vanessa Rodrigues e o colunista Guilherme Boulos deu voz a quatro militantes sem-teto, de diferentes estados do país, Sylvia Malatesta, Natalia Szermeta, Ana Paula Perles e Claudia Favaro.

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