Janaína Paschoal: a deputada eleita com mais votos na história brasileira (Agência Senado/Divulgação)
Guilherme Dearo
Publicado em 9 de outubro de 2018 às 11h38.
Última atualização em 10 de outubro de 2018 às 12h41.
São Paulo - Apesar de metade da população brasileira ser feminina, tal proporção não se mantém no mundo da política, com mulheres em franca minoria diante dos políticos homens. A desproporção persiste, mas, nas eleições 2018, houve avanço rumo à igualdade de gênero: cresceu o número de mulheres no legislativo e se manteve o número de mulheres eleitas no Senado.
No Senado, sete mulheres foram eleitas, mesmo número de 2010, e agora representam 13% da casa. Na Câmara, 77 mulheres foram eleitas deputadas federais, entre 513 cadeiras. Em 2014, tinham sido 51. Já nas assembleias legislativas, foram 161 mulheres eleitas deputadas estaduais, entre 1059 cadeiras. Em 2014, tinham sido 119.
Confira algumas das mulheres de mais destaque que se elegeram deputadas estaduais e federais:
A veterana da política foi eleita deputada federal por São Paulo, concorrendo pelo PSOL. Ela conquistou 176.883 votos. Nas redes sociais, já manifestou apoio a Fernando Haddad no segundo turno das eleições presidenciais.
A jurista e professora, que ganhou as manchetes durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (em uma das cenas mais famosas, ela gritou ao microfone com veemência enquanto agitava no ar uma bandeira do Brasil), foi eleita deputada estadual por São Paulo, concorrendo pelo PSL.
Não foi qualquer vitória: com 2.060.786 votos, ela se tornou a deputada mais votada da história brasileira.
A jornalista estreou na política com vitória. Com 1.078.666 votos, foi eleita deputada federal por São Paulo, representando o PSL. Só ficou atrás de Eduardo Bolsonaro na corrida paulista.
Candidata da Rede, Joênia se elegeu deputada federal por Roraima, conquistando 8.491 votos. É a primeira mulher indígena da história a ser eleita para um cargo na Câmara.
Com o nome de "Gleisi Lula" na urna, se elegeu deputada federal no Paraná pelo PT, com 212.513 votos. Atualmente, é senadora e presidente do PT.
Concorrente do PSOL, se elegeu deputada estadual por São Paulo com 55.223 votos. Negra, é a primeira mulher transgênero a ser eleita deputada.
Representando o mandato coletivo do PSOL "Bancada Ativista", a jornalista se elegeu deputada estadual por São Paulo com 149.844 votos. Alêm de Mônica, há outros sete representantes do coletivo.
Negra, a professora e ativista feminista e LGBT se elegeu deputada federal pelo PSOL no Rio de Janeiro com 107.317 votos. Ela tem sido uma das vozes mais ativas ao cobrar respostas do assassinato de Marielle Franco, em março desse ano. Quando era vereadora em Niterói, Talíria foi ameaçada de morte.
O legado político de Marielle Franco continua no Rio de Janeiro: três ex-assessoras de Marielle se elegeram deputadas estaduais pelo PSOL no Rio de Janeiro. Renata Souza, sua ex-chefe de gabinete (63.937 votos); sua ex-assessora Mônica Francisco (40.631 votos); e sua ex-assessora Dani Monteiro (27.982 votos).
Vereadora em São Paulo, se elegeu deputada federal pelo PSOL com 249.887 votos. Tem sido voz ativa nas pautas feministas e das minorias.
Olívia Santana foi eleita deputada estadual pela Bahia concorrendo pelo PCdoB e ganhou 57.755 votos. É a primeira deputada estadual negra da Bahia.
A policial militar apareceu nas manchetes após matar um assaltante na porta da escola da filha, no Dia das Mães desse ano, na cidade de Suzano. Concorrendo pelo PR, se elegeu deputada federal com 264.013 votos.
Concorrendo pelo PSOL em Minas Gerais, Áurea foi eleita deputada federal com 162.740 votos. Foi a mulher mais votada na eleição para o cargo em Minas.
Esposa do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, Flávia se elegeu a deputada federal mais votada do DF, com 121.340 votos. Ela concorreu pelo PR.
Esposa de Magno Malta, Lauriete se elegeu deputada federal no Espírito Santo pelo PR, com 51.983 votos. Magno Malta tentou se eleger senador no Espírito Santo, mas perdeu para Fabiano Contarato (Rede). Fabiano é o primeiro gay assumido a se eleger senador.
Tábata apareceu na imprensa como uma jovem estudante da periferia paulistana que conquistara uma vaga em Harvard (EUA). Ela se elegeu deputada federal pelo PDT com 264.450 votos.
A pastora e cantora foi eleita deputada federal pelo Rio de Janeiro, concorrendo pelo PSD, com 196.959 votos.
O mandato coletivo de cinco mulheres em Pernambuco foi eleito para vaga de deputado estadual pelo PSOL com 39.175 votos. O grupo é formado por Carol Vergolino, Jô Cavalcanti, Kátia Cunha, Robeyoncé Lima e Joelma Carla.