A mulher se abrigou em outro estabelecimento e de lá só saiu escoltada por policiais militares, que foram acionados e a levaram para a delegacia (Reprodução/YouTube)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 20h01.
São Paulo - Uma mulher identificada como Núzia Santos de Aquino, de 49 anos, está presa em Salvador (BA) após ser envolver em um episódio de racismo em um shopping da capital baiana.
Ela se recusou a ser atendida por um vendedor negro e acabou tendo de ser escoltada para fora do estabelecimento, aos gritos de racista, racista.
Segundo informações do jornal A Tarde, o tumulto começou quando Núzia entrou em uma loja da rede Fast Shop.
Ao ser abordada por um vendedor negro, ela recusou o atendimento e disse que ele deveria ser motorista de traficante. Outro funcionário tentou intermediar a discussão e acabou agredido com um tapa.
Um segurança do shopping seguiu a mulher assim que ela deixou a loja e acabou sendo chamado de macaco por ela.
Diante da confusão, ela se abrigou em outro estabelecimento e de lá só saiu escoltada por policiais militares, que foram acionados e a levaram para a delegacia. Lojistas e consumidores ficaram revoltados.
https://youtube.com/watch?v=7dlkgfrh2sI
Ao jornal Correio 24 Horas, a assessoria do shopping disse não ter detalhes do teor do desentendimento entre a mulher e o funcionário da Fast Shop, mas destacou que repudia qualquer manifestação racista.
Na delegacia, Núzia ainda teria batido boca mais uma vez com todos os envolvidos, que não esconderam a revolta.
Eu me senti ofendido por ele (pelo colega). Ele é o melhor vendedor da loja. Nosso melhor vendedor é negro. Moramos na cidade mais negra do mundo fora da África. Esse tipo de atitude é um absurdo. Não dá para acreditar que no século 21 as pessoas pensem isso ainda, disse o segundo funcionário agredido pela mulher.
De acordo com a Polícia Civil, a acusada de racismo estaria ‘fora de si’, tendo inclusive ameaçado se matar.
Ironicamente, Núzia estava afastada da Delegacia de Atendimento ao Idoso de Salvador, onde trabalhava, justamente por problemas psicológicos.
Um processo administrativo também foi aberto contra ela, que segue detida na Corregedoria da corporação.