Para pesquisadora, debate sobre desarmamento é mais efetivo que campanhas (Stock Exchange)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2012 às 20h19.
São Paulo - A bacharel em Direito Elize Araújo Kiutano Matsunaga, de 38 anos, confessou em depoimento ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que matou e esquartejou o marido Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos, diretor da Yoki, por ciúmes. Após oito horas de depoimento, o diretor do DHPP, Jorge Carlos Carrasco, diz que não há dúvidas em relação à autoria do crime e acredita que o assassinato não foi premeditado. Elize afirmou que realizou tudo sozinha e atirou contra o marido após uma discussão. Uma perícia será realizada ainda nesta quarta-feira no apartamento onde ocorreu o crime.
Segundo Carrasco, Elize teria usado técnicas aprendidas ao trabalhar em um centro cirúrgico para desmembrar o corpo, deixando o cadáver em um quarto durante 10 horas antes de esquartejá-lo na cobertura do casal, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. A arma - uma pistola 380 - e a faca - com uma lâmina de 30 centímetros - usadas no assassinato, embora ainda não tenham sido localizadas, devem ser analisadas quando forem encontradas. Elize apontou os locais com as provas durante o depoimento.
As malas usadas para carregar as partes do corpo também não foram encontradas. Os restos mortais da vítima foram espalhados paulatinamente por Cotia e as malas deixadas em outro local, afirmou Carrasco.
A prisão temporária de Elize, ocorrida na segunda-feira, 4, será prorrogada por mais 15 dias. A reconstituição do crime não será realizada nesta quarta-feira. Ela deve ser indiciada por homicídio qualificado, com ocultação de cadáver. Até o depoimento desta quarta-feira, Elize negava o crime. De acordo com a polícia, ela contratou um detetive particular para seguir o marido e descobriu seguidas traições.
Marcos é neto do fundador da Yoki, Yoshizo Kitano. A empresa esteve envolvida em um conturbado processo de venda que terminou na semana passada com sua aquisição, por R$ 1,95 bilhão, pelo grupo americano General Mills, um dos maiores conglomerados de produtos de gêneros alimentícios do mundo - enquanto Marcos ainda estava desaparecido.
O empresário deixou um seguro de vida de R$ 600 mil, que tinha a mulher como uma das beneficiárias. Elize e Matsunaga eram casados havia dois anos e tinham uma filha de 1. Foi o segundo casamento dele, que tinha outra filha do relacionamento anterior.
Entre os fatos que levaram a polícia a desconfiar de Elize, estão imagens de vídeo que mostram Matsunaga entrando no prédio em que moravam às 18h30 do dia 19, com a mulher, a babá e a filha, de 1 ano, vindos do aeroporto, segundo a polícia. Ele desceu uma hora depois para buscar uma pizza e voltou ao apartamento. Depois disso, não saiu mais com vida.