Candidata à presidência Marina Silva: para ex-ministro da Argentina, eleição de Marina pode ter um "efeito continental" (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 22h17.
São Paulo - Uma eventual mudança política no governo do Brasil, com a chegada de Marina Silva - a favorita nas pesquisas de intenção de voto - ao poder, pode ter um "efeito continental", afirmou nesta terça-feira em São Paulo o ex-ministro da Economia da Argentina, Ricardo López Murphy.
"O Brasil é o maior país do continente, o de maior importância. Uma mudança no Brasil afeta toda a região e seguramente afetará a Argentina e todos os países vizinhos, sejam eles mais próximos ou menos próximos", disse López Murphy para a Agência Efe.
López Murphy, também ex-ministro de Defesa, Infraestrutura e Habitação, cargos que exerceu durante o governo de Fernando de la Rúa, confessou que acompanha as notícias do processo eleitoral brasileiro e percebe um certo "cansaço" com a atual presidente, Dilma Rousseff, que busca a reeleição.
"Por que as pessoas preferem Marina Silva? Não posso explicar, mas me parece que há um desgaste do exercício do poder, pois o PT está há muito tempo no poder", opinou.
A chegada de Marina ao Palácio do Planalto levaria a uma pressão por mudanças em outros países latino-americanos, como a Argentina, que passa por uma crise.
"O Brasil teve melhor desempenho que a Argentina em áreas como a economia. Se houver uma mudança no governo brasileiro, haverá mais motivos para que as pessoas queiram mudar o argentino, que foi muito mal (no âmbito econômico)", avaliou.
López Murphy faz parte do grupo de oposição à presidente argentina, Cristina Kirchner, e participou hoje no Fórum Liberdade e Democracia, promovido pelo Instituto de Formação de Líderes (IFL) em São Paulo e no qual também discursou o escritor e exilado cubano Carlos Alberto Montañer, entre outros.