Carro do papa Francisco é cercado por fiéis em meio ao tráfico na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro (Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2013 às 22h00.
Rio de Janeiro - A mudança no trajeto do papa Francisco após a sua chegada ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira, que permitiu que fiéis se aproximassem do pontífice no centro da cidade, não pode se repetir, disse o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Francisco chegou na tarde desta segunda-feira ao Rio de Janeiro e, ao passar pela avenida Presidente Vargas com um carro comum, foi abordado por inúmeros fiéis que esperavam a sua passagem. O trajeto usado pelo pontífice, de acordo com autoridades municipais, não estava no planejamento.
"Esses deslocamentos e improvisos não podem acontecer. Parte do centro tinha um esquema programado, mas aquele caminho pela presidente Vargas não estava não", Paes disse à Reuters.
O papa manteve a janela do carro aberta durante o trajeto. Em trechos da avenida, uma multidão aproveitou um lapso da segurança e se aproximou do veículo, usando a ocasião para tirar fotos e encostar no pontífice.
Paes reconheceu que o aparato de segurança do papa precisa ser aperfeiçoado e aprimorado. Francisco ficará no Rio até o próximo domingo para participar da Jornada Mundial da Juventude. "Vamos ter uma conversa ainda hoje para fazer as mudanças necessárias", acrescentou Paes.
Apesar do susto provocado pela mudança de trajeto e pela proximidade dos fiéis, o prefeito do Rio de Janeiro exaltou o carisma do pontífice na chegada à cidade, às 16h na Base Aérea do Galeão.
"Acho que deu certo e foi uma festa de sucesso. O papa mostrou todo o seu carisma e popularidade no Rio de Janeiro", afirmou Paes.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, condenou o erro no trajeto do papa e disse ainda não saber "se foi de um batedor, prefeitura ou da Polícia Federal".
"Era para ter pego a outra pista, mas (a falha) por outro lado permitiu a aproximação do papa com as pessoas", afirmou Carvalho a jornalistas. "O carisma do papa desestimula a ação de qualquer aventureiro", acrescentou.
Sobre o encontro da presidente Dilma Rousseff com Francisco, o ministro declarou que foi excelente e que há uma mobilização internacional para ajudar os povos mais pobres sendo articulada entre o país e o Vaticano.
"A presidente ficou contente e levou a frente a ideia. A ideia é fazer uma grande mobilização internacional entorno dos excluídos, principalmente na África. É um desejo comum de criar mecanismos não assistencialistas, mas de criar autonomia do povo africano. O formato não tem; são ideias", disse Carvalho.