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Mudança de nome do Minhocão é 'preconceituosa', diz Maluf

Para o deputado, todos os ex-presidentes da República "merecem homenagem porque fazem parte da história"


	Paulo Maluf: todos os ex-presidentes da República "merecem homenagem porque fazem parte da história"
 (Beto Oliveira/Câmara dos Deputadores)

Paulo Maluf: todos os ex-presidentes da República "merecem homenagem porque fazem parte da história" (Beto Oliveira/Câmara dos Deputadores)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2016 às 20h24.

São Paulo - Idealizador do Elevado Costa e Silva quando era prefeito nomeado pelo regime, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) disse que a mudança do nome para Elevado Presidente João Goulart, aprovada na Câmara, é "preconceituosa".

Maluf evocou o líder político e militar francês, Napoleão Bonaparte, para resumir seu argumento: "Há 200 anos, Napoleão já dizia: 'Povo que não tem memória não tem história".

Para o pai do Minhocão, como o Elevado é conhecido pelos paulistanos, todos os ex-presidentes da República "merecem homenagem porque fazem parte da história" e isso inclui tanto Costa e Silva, como João Goulart.

"João Goulart merece uma homenagem, mas Costa e Silva foi presidente da República e ninguém pode apagar da história do Brasil que Costa e Silva foi presidente da República", afirmou.

O deputado defendeu a manutenção do atual nome do presidente militar no Elevado. Como alternativa, sugeriu que um viaduto em construção fosse batizado com a denominação de João Goulart.

"Todas as personalidades do Brasil e de São Paulo merecem homenagem", destacou Maluf.

Mudança

O projeto de lei aprovado retira a atual denominação do presidente da ditadura militar - Artur da Costa e Silva (1967-1969) - e substitui pelo presidente deposto pelos militares - João Goulart (1961-1964).

De autoria do vereador Eliseu Gabriel (PSB), o PL é de 2014. Agora, segue para sanção do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). O projeto propõe a revogação do Decreto 8.574 de 19 de dezembro de 1969, que denominou a via como Elevado Costa e Silva.

Segundo justificativa de Gabriel, o presidente do regime militar "causou violência sem precedentes na história do País" ao aprovar no final de 1968 o Ato Institucional número 5 (AI-5), decreto que dava fim a todos os direitos civis.

O projeto foi aprovado em primeira votação no dia 8 de junho. Na ocasião, o vereador explicou ao jornal O Estado de S. Paulo que foi relator da Comissão da Verdade na Câmara e que uma das determinações do grupo foi retirar dos logradouros os "nomes de torturadores e pessoas que causaram crimes à comunidade".

Informalmente, o elevado é chamado de Minhocão e soma 45 anos de criação. Ao longo dos 3,4 quilômetros de extensão, percorre quatro distritos: Consolação, Santa Cecília, Perdizes e Barra Funda.

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