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Muçulmanos brasileiros repudiam ataque em Nice

A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil diz que repudia “quaisquer atos violentos em nome de uma causa, religião ou qualquer outra bandeira"


	Muçulmanos: a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil diz que repudia “quaisquer atos violentos em nome de uma causa, religião ou qualquer outra bandeira"
 (REUTERS/Amit Dave)

Muçulmanos: a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil diz que repudia “quaisquer atos violentos em nome de uma causa, religião ou qualquer outra bandeira" (REUTERS/Amit Dave)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2016 às 17h28.

A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) repudiou, de forma veemente, o ataque às pessoas que assistiam, na noite de ontem (14), em Nice, à queima de fogos em comemoração à queda da Bastilha, principal feriado na França.

No ataque, um caminhão atingiu a multidão concentrada no Passeio dos Ingleses para ver a festa. provocando a morte de 84 pessoas e ferimentos em dezenas.

Em nota, a Fambras diz que repudia “quaisquer atos violentos em nome de uma causa, religião ou qualquer outra bandeira, pois o Islam é uma religião baseada no amor, na fé em Deus, na compaixão com os semelhantes e na bondade, e jamais será representado por formas de extremismo ou visões distorcidas”.

Segundo a federação, o islamismo repudia a morte violenta em qualquer solo e valoriza a vida onde quer que ela esteja. "Quem mata em nome de Deus o faz falsamente", afirma a entidade, citando o Alcorão:  “(...) E se alguém mata uma pessoa, será como se tivesse matado toda a humanidade. E quem salva uma vida é como se tivesse salvado toda a humanidade”.

“Todos os religiosos do Islam elevam os pensamentos e orações pelas vítimas do terror e suas famílias, rogando a Deus pela saúde dos sobreviventes e pela paz na Terra”, condlui a nota.

Segurança pública

Em um momento em que todas as atenções voltam-se para o Brasil, que será sede dos Jogos Olímpicos este ano, e diante de mais um atentado na França, o país precisa redobrar a atenção com a segurança pública em três pontos, diz o professor de direito da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio Newton de Oliveira.

Para Oliveira, é necessário aumentar o controle de segurança de entrada de turistas no país, intensificar o fluxo de informações com outros países e órgãos de segurança e afinar as ações de inteligência.

"Essas três medidas serão essenciais para que se tenha um nível médio de segurança na cidade do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos.

"E essas ações devem ser estendidas para o período das Paralimpíadas, que serão disputadas em setembro, também no Rio", acrescenta Oliveira, que é especialista em segurança pública.

Para o professor Fernando Brancoli, do MBA em Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), é prematuro dizer que haverá grandes mudanças na segurança para a Rio 2016, porque todo o planejamento de segurança está sendo pensado há um ano. "Grandes modificações não vão existir.”

Segundo Brancoli, o que provavelmente vai ocorrer, a partir de agora, é a melhoria de pontos específicos do esquema de segurança, visando a um maior controle.

É o caso, por exemplo, do monitoramento de veículos na cidade do Rio de Janeiro. Brancoli observa que também será preciso dar mais atenção aos atletas franceses que virão para os jogos. “Eles deverão ser alvo de uma preocupação maior.”

Brancoli ressalta que a inteligência francesa está no Brasil há quase um ano analisando as áreas onde os atletas vão circular e preparando o terreno, para evitar possíveis ataques.

O professor destaca que, após o atentado em Nice, essa aproximação terá de ser maior porque “a França, nos últimos dois anos passou por uma série de atentados e os atletas acabam sendo um alvo potencial”.

Quanto aos turistas que virão para assistir à Olimpíada, Brancoli lembra que a entrada no país vem sendo controlada há algum tempo. “Quando se pensa em alguém cometendo um atentado, dificilmente, iimagina-se que essa pessoa viria como um turista”, pois isso facilmente chamaria a atenção das autoridades, sobretudo se viessem de um país onde há conflitos, como a Síria, por exemplo, ressalta o professor.

Para Brancoli, o maior receio agora é dos chamados lobos solitários, que poderiam ser “até mesmo brasileiros ou pessoas que já estão no Brasil e que resolvem realizar esse tipo de ataque”. O professor reitera que a atenção, neste momento, tem que ser com as pessoas que estão aqui, “sejam brasileiras ou não”.

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