São Paulo - O Movimento Passe Livre (MPL) e ativistas adeptos da causa voltaram hoje (9) às ruas de São Paulo para protestar contra o aumento da tarifa nos transportes, de R$ 3 para R$ 3,50, que entrou em vigor na última terça-feira (6).
Os manifestantes se reuniram no Theatro Municipal e saíram, às 18h15, em passeata com destino à Praça do Ciclista.
O movimento acredita que o passe livre somente para estudantes de baixa renda, como anunciado pela prefeitura, não traz mudanças profundas e beneficia os empresários do transporte, em detrimento da população.
A Prefeitura de São Paulo disponibilizará 48 viagens gratuitas ao mês para o estudante, o que não contempla a realidade da educação e da formação cultural, segundo os ativistas.
Antes de começar o protesto, o MPL fez assembleia para decidir o trajeto a ser seguido. Ficou definido, após votação, que eles seguiriam pela Praça da República e Rua da Consolação até a Praça do Ciclista, na Avenida Paulista.
"Espero que seja um grande ato, que a gente consiga colocar o tema em pauta, e que seja pacífico", disse Luíze Tavares, militante do MPL.
Segundo a Polícia Militar (PM), 1,5 mil pessoas participaram da concentração. Cerca de 800 policiais foram destacados para acompanhar a manifestação.
O comandante da operação da polícia, major Larry de Almeida Saraiva, disse que haveria dois cordões de policiais para acompanhar o ato, um em cada lateral da passeata. Segundo ele, os policiais só revistarão pessoas que tenham atitudes suspeitas. "Não vamos revistar todo mundo, como alguns quiseram fazer parecer", completou.
Na tarde de segunda-feira (5), o MPL realizou uma aula pública, embaixo do Viaduto do Chá, próximo à prefeitura, para discutir a questão do transporte na cidade.
O evento foi uma preparação para o protesto de hoje.
Em junho de 2013, diversas manifestações tomaram a cidade, por causa do anúncio de aumento das passagens de R$ 3 para R$ 3,20. A reação da população teve sucesso e o valor da passagem voltou a custar R$ 3.
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1. Em 17 capitais, tarifas ficaram mais caras nos últimos meses
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1/16 (Dado Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O aumento das tarifas de
ônibus, trens e metrô em
São Paulo passa a valer a partir de hoje. O preço das passagens passou de R$ 3,00 para R$ 3,50, um aumento de 17%. Além da capital paulista, outras 16 cidades tiveram aumento na tarifa do transporte desde o fim de 2014. Boa parte das cidades fez o reajuste entre novembro e janeiro. É o caso de Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Rio Branco (AC). A capital do
Acre foi a que teve o maior aumento no período: a tarifa subiu 20,8% e foi de R$ 2,40 para R$ 2,90. Veja nas fotos as cidades em que a tarifa mais aumentou nos últimos meses e quanto custa andar de transporte público em cada uma delas.
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2. São Paulo (SP)
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2/16 (César Ogata /SECOM)
A partir desta terça-feira, as tarifas de ônibus, trem e metrô passam a valer R$ 3,50 em
São Paulo. Um aumento de 16,6%. O aumento das passagens valerá para usuários do bilhete único comum e para quem pagar a tarifa com dinheiro na catraca do coletivo. O reajuste não será aplicado para usuários de bilhete único mensal, semanal ou diário, que hoje custam R$ 140, R$ 38 e R$ 10, respectivamente. A partir do início do ano letivo, em fevereiro, alunos de escolas e universidades públicas, bem como estudantes de baixa renda de instituições privadas de São Paulo, terão direito a um "passe livre" na rede de transportes da capital paulista.
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3. Rio de Janeiro (RJ)
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3/16 (Agência Brasil)
Desde o dia 3 de janeiro, as tarifas de ônibus da cidade do
Rio de Janeiro e do Bilhete Único Carioca subiram para R$ 3,40. Até então, o preço da passagem era de R$ 3. Um aumento de 13,33%. Em maio de 2013, a prefeitura tinha determinado um aumento de 7,27% na tarifa, que subiria para R$ 2,90. Com os protestos em junho, o governo recuou e manteve as passagens de ônibus em R$ 2,74.
No início de 2014, a tarifa foi elevada para R$ 3.
A partir de fevereiro, a tarifa dos trens na cidade terá um aumento de 3,66% e será de R$ 3,30.
Já as barcas passam dos atuais R$ 4,80 para R$ 5. Segundo a assessoria de imprensa da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp), o reajuste da tarifa do metrô deve ser feito em abril de 2015.
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4. Campo Grande (MS)
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4/16 (Milton Jung Flickr Creative Commons)
O último aumento na tarifa de ônibus em
Campo Grande ocorreu em novembro de 2014, quando a passagem foi de R$ 2,70 para R$ 3,00 (10,7%).
A tarifa não sofria aumento desde outubro de 2012. Como o reajuste é recente, não há previsão de novos aumentos em 2015. Além do ônibus convencional, a capital do Mato Grosso do Sul conta com ônibus fretados, cuja passagem é R$ 3,60. Os usuários têm direito a pegar mais de um ônibus no período de uma hora. Estudantes, idosos e deficientes não pagam passagem. Segundo a prefeitura, 28% dos usuários usam o transporte de forma gratuita.
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5. Belo Horizonte (MG)
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5/16 (Wikicommons)
A tarifa de ônibus na capital mineira subiu de R$ 2,85 para R$ 3,10 no dia 29 de dezembro de 2014. Esse é o preço nas linhas mais usadas pela população, que são as linhas troncais Move, perimetrais, diametrais e semi-expressas. Como o reajuste é recente, ainda não há previsão para 2015, mas a prefeitura costuma fazer o reajuste anualmente. O metrô de Belo Horizonte, que é operado pelo governo federal, também não tem previsão de ajuste. A passagem para esse tipo de transporte é de R$ 1,80. Na capital mineira, é possível fazer a integração entre ônibus no período de uma hora e meia sem pagar uma nova passagem. Também há integração com o metrô. Idosos e pessoas com deficiência não pagam a tarifa. Estudantes de ensino médio pagam metade, com preferência àqueles vindos de famílias que recebem auxílio de programas sociais e àqueles que moram mais longe do local de estudo.
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6. Boa Vista (RR)
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6/16 (Prefeitura de Boa Vista)
Desde a última sexta-feira (2), as tarifas de ônibus em Boa Vista subiram para R$ 2,80 –
um aumento de 7,7%. Com o Boa Vista Card, a tarifa fica em R$ 2,50.
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7. Salvador (BA)
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7/16 (Governo da Bahia)
Janeiro já começou com ônibus mais caros em
Salvador. A passagem passou de R$ 2,80 para R$ 3,00. O reajuste de um pouco mais de 7%, segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte, acompanha o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
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8. Natal (RN)
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8/16 (Agência Brasil)
Em julho de 2014, as tarifas de ônibus em Natal (RN) subiram de R$ 2,20 para R$ 2,35 – um aumento de 6,8%.
As informações são do G1. EXAME.com não conseguiu contato com a prefeitura de Natal até a publicação desta reportagem.
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9. Curitiba (PR)
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9/16 (SMCS)
Em
Curitiba, os usuários de ônibus pagam R$ 2,85 pela passagem das linhas mais usadas. O valor foi reajustado em novembro de 2014, e há possibilidade de um novo ajuste em 2015. Segundo a URBS, empresa que opera o transporte na cidade, até 2013 a tarifa era ajustada todos os anos. Porém, com os protestos em junho daquele ano, o preço da passagem foi reduzido – passou de R$ 2,85 para R$ 2,70. O aumento que ocorreu em novembro de 2014 elevou a tarifa para o patamar anterior aos protestos. Agora, a prefeitura afirma que vai retomar os reajustes anuais, o que pode ocorrer já em fevereiro deste ano. Segundo a URBS, a tarifa sem o subsídio da prefeitura está em R$ 3,18. A cidade tem uma Rede Integrada de Transporte, na qual é possível utilizar quantos ônibus for necessário com apenas uma passagem. Nas linhas que não fazem parte desta rede, a integração tem prazo de duas horas. Há meia passagem para estudantes de acordo com a renda familiar. Têm direito a passagem gratuita idoso, pessoas com deficiência e aposentados por invalidez.
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10. Fortaleza (CE)
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10/16 (SMCS)
Em
Fortaleza, capital do Ceará, não há aumento previsto para os ônibus municipais nem para o metrô que ainda opera em período de testes e com tarifa gratuita. Por lá, a passagem custa R$ 2,20.
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11. Porto Alegre (RS)
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11/16 (Prefeitura de Porto Alegre)
Até fevereiro, a tarifa de ônibus e lotações em
Porto Alegre (RS) permanece inalterada. Atualmente, elas custam R$ 2,95 e R$ 4,40 respectivamente e foram elevadas em abril do ano passado. Ainda não há previsão para o reajuste das tarifas de trem na cidade, que hoje valem R$ 1,70. Na cidade, a integração entre ônibus e trem garante um desconto de 10% no valor final pago pelo usuário. Com isso, a tarifa fica em R$ 4,19 por trecho.
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12. Recife (PE)
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12/16 (Prefeitura de Olinda)
Desde 2012, os usuários de ônibus em
Recife pagam R$ 2,15 nas principais linhas da cidade. Há uma discussão sobre reajuste da tarifa em 2015, mas ainda não existem prazos e valores definidos. Os últimos aumentos foram feitos com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O sistema permite integração, de forma que o usuário pode ir de um extremo a outro da cidade com apenas uma tarifa. Também há integração com o metrô, cuja tarifa é de R$ 1,60. Estudantes pagam meia passagem; idosos e pessoas com deficiência não pagam.
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13. Teresina (PI)
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13/16 (Claudio Martins / Creative Commons)
Na capital do
Piauí, a passagem de ônibus custa R$ 2,10 e está sem reajuste há três anos. A prefeitura vai implantar um novo sistema de transportes na cidade, que deve começar a operar em meados de janeiro. A partir daí, a administração deve começar a discutir um reajuste. O sistema permite pegar dois ônibus no período de uma hora usando a mesma tarifa. A integração, porém, ainda não se estende ao metrô, que é pequeno na cidade e custa R$ 0,80. Idosos e pessoas com deficiência não pagam passagem. Estudantes pagam metade.
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14. Porto Velho (RO)
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14/16 (Wikicommons)
Não há previsão para reajuste da tarifa de ônibus em
Porto Velho (RO), segundo informações da assessoria de imprensa da prefeitura. Na cidade, o preço da passagem é de R$ 2,60.
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15. Palmas (TO)
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15/16 (Wikicommons)
Em
Palmas (TO), o valor da tarifa do transporte público é de R$ 2,50. A Secretaria Municipal de Acessibilidade, Mobilidade, Trânsito e Transporte tem até março para definir o reajuste ou manter o preço atual.
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16. Manaus (AM)
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16/16 (Divulgação/Marcopolo)
Manaus tem a tarifa em R$ 2,75 há quatro anos. A reportagem entrou em contato com a prefeitura para saber sobre possíveis aumentos em 2015, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.