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MPL critica violência policial e diz resistir à repressão

Sobre a ação da Polícia Militar, o movimento diz que a manifestação de ontem (12) em São Paulo foi reprimida antes mesmo de sair da concentração


	Manifestante é ferido por bala de borracha jogada pela Polícia Militar de São Paulo em protesto do Movimento Passe Livre
 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Manifestante é ferido por bala de borracha jogada pela Polícia Militar de São Paulo em protesto do Movimento Passe Livre (Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2016 às 16h50.

São Paulo - O Movimento Passe Livre (MPL) criticou a violência com que foi reprimida a manifestação de ontem (12) em São Paulo e prometeu continuar lutando contra o aumento das passagens de ônibus e metrô na capital.

Os preços do transporte público subiram de R$ 3,50 para R$ 3,80.

“Defenderemos nosso direito à cidade e à manifestação. Se a polícia aumenta a repressão, aumentamos a resistência. Não vamos sair da luta até que caia a última catraca”, diz comunicado divulgado hoje (13) pelo MPL.

Sobre a ação da Polícia Militar, o movimento diz que a manifestação foi reprimida antes mesmo de sair da concentração.

“A violência da polícia, que deixou mais de dez presos – sendo que um morador de rua foi ferido no pé por uma bala de verdade – mostra a verdadeira política de [Geraldo] Alckmin e [Fernando] Haddad: defender o lucro dos empresários a qualquer custo”, diz a nota em referência ao governador do estado e ao prefeito da capital.

De acordo com o movimento, pelo menos 20 manifestantes foram feridos por estilhaços de bombas e balas de borracha e precisaram ser encaminhados a hospitais da região.

Um deles é o estudante de arquitetura Gustavo Camargo, que teve fratura exposta no polegar direito. Segundo a mãe do jovem, Ana Amélia Camargo, o rapaz, de 19 anos, foi atingido por uma bomba lançada pela polícia e passou ontem por uma operação.

“A cirurgia foi para limpar. A preocupação inicial era de não infeccionar. Amanhã que eles vão ver como reconstituir o dedo”, disse Ana Amélia.

Ainda não se sabe se Gustavo conseguirá recuperar plenamente os movimentos da mão. “Os médicos disseram que, quando é bomba, estilhaça muito os ossos”, acrescentou Ana Amélia, que pretende acionar o Estado judicialmente.

“Para que pelo menos eles não façam mais isso. Foi uma violência horrível", afirmou.

Os manifestantes começaram a se concentrar às 17h de ontem na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, região central da capital.

Eles pretendiam seguir até o Largo da Batata, na zona oeste, passando pelas avenidas Rebouças e Faria Lima. No entanto, o policiamento autorizou a manifestação apenas em direção ao centro.

Por volta das 19h30, parte dos manifestantes tentou driblar o forte policiamento para seguir em direção ao Largo da Batata, correndo no sentido da Avenida Rebouças, momento em que a polícia começou a disparar bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral, e a bater com cassetetes nos manifestantes.

O secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Alexandre de Moraes negou que tenha havido abuso na ação da polícia.

Segundo Moraes, se movimentos fizerem manifestações na cidade e não informarem previamente o percurso da passeata, quem definirá isso será a secretaria e polícia.

“Passamos a estabelecer o que a Constituição determina: o absoluto direito de manifestação de qualquer grupo, desde que haja o aviso prévio para que as autoridades possam organizar a cidade. O único movimento que não comunica previamente suas manifestações, apesar de solicitado, é o Movimento Passe Livre. A partir do momento em que não comunicar qual será o trajeto de sua manifestação, nós vamos estabelecer o traçado para evitar confusão com milhões de pessoas que não estão participando”, afirmou o secretário.

O MPL marcou para amanhã (14) duas manifestações simultâneas às 17h. Uma sairá do Largo da Batata, na zona oeste, e a outra de frente do Theatro Municipal, no centro.

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