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MPF suspeita que ainda há jóias ocultas de Cabral e Adriana

A possibilidade de ocultação das jóias foi um dos motivos para que a prisão preventiva de Adriana Ancelmo fosse pedida novamente pelo MPF

Cabral: segundo o procurador, a ocultação das jóias constitui crime permanente e pode render prisão em flagrante (Wikimedia Commons)

Cabral: segundo o procurador, a ocultação das jóias constitui crime permanente e pode render prisão em flagrante (Wikimedia Commons)

AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 14h45.

A compra de jóias com dinheiro em espécie para lavagem de ativos era uma das estratégias da quadrilha que o Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça na Operação Calicute.

O ex-governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, foi acusado de chefiar o grupo. Ele e a mulher, Adriana Ancelmo, ainda teriam jóias a serem encontradas, segundo aponta a investigação em curso.

Procuradores do Ministério Público Federal concederam entrevista hoje (7). O Procurador Regional da República, José Augusto Vagos, explicou que ainda podem ser encontradas jóias: "É uma tipologia tradicional na lavagem de dinheiro. Se consegue trocar grandes valores de dinheiro, difíceis de serem guardados, por objetos pequenos e fáceis de ser ocultados. Nossa suspeita é de que há jóias escondidas, que não foram encontradas até hoje. A quantidade de jóias compradas é muito maior do que as que foram encontradas na deflagração [da operação policial]", diz o procurador, que aponta que cerca de R$ 6 milhões foram lavados dessa forma.

Ocultação das jóias é crime permanente

Segundo o procurador, a ocultação das jóias constitui crime permanente e pode render prisão em flagrante.

A identificação dos objetos de valor ocorreu em grande parte após a deflagração da operação, que levou à prisão de Cabral, dois ex-secretários e outras quatro pessoas.

Gerentes das joalheirias H.Stern e Antônio Bernardo, em que as compras eram efetuadas, foram ouvidos e precisaram os valores e a quantidade de jóias adquiridas pelo casal.

A possibilidade de ocultação das jóias foi um dos motivos para que a prisão preventiva de Adriana Ancelmo fosse pedida novamente pelo MPF, e executada na tarde de ontem (6).

Na deflagração da Calicute, no mês passado, já havia um pedido semelhante, mas ele foi negado e Adriana foi conduzida coercitivamente a depor.

A Polícia Federal encontrou R$ 53.050 mil em espécie quando foi prender Adriana Ancelmo, ontem. Cerca de 100 acessórios identificados como possíveis jóias ainda precisam ser periciados para que se confirmem objetos de valor.

Três laptops e dois tablets também foram apreendidos.

Segundo a denúncia apresentada pelo MPF, a ex-primeira dama recebeu R$ 1,5 milhão de reais lavados no esquema de corrupção. Cerca de R$ 500 mil foram entregues em seu escritório, em espécie.

As investigações apontam que Cabral presenteou Adriana Ancelmo em seu aniversário com três jóias avaliadas em R$ 1 milhão.

Quando completaram 10 anos de casamento, os dois compraram jóias no valor de R$ 1 milhão. As compras eram feitas sem notas fiscais, que só foram emitidas após a deflagração da Operação Calicute.

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