Edemar Cid Ferreira, ex-presidente do Banco Santos (Otávio Dias)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2014 às 21h14.
São Paulo - O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou o empresário Edemar Cid Ferreira, ex-controlador do Banco Santos, por sonegação de contribuição social previdenciária no valor de R$ 11,637 milhões, ocorrida entre janeiro e dezembro de 2004.
Conforme informações do site do MPF, fiscalização da Delegacia da Receita Previdenciária na empresa Procid Invest Participações e Negócios, da qual o ex-banqueiro era sócio administrador, constatou que ele "continuamente omitiu na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) remunerações geradoras de contribuições sociais previdenciárias".
"Esses pagamentos foram feitos aos empregados a título de premiação através de cartões magnéticos de incentivo denominados 'flexcard'", diz o MPF.
A denúncia, feita pelo procurador da República Vicente Solari de Moraes Rêgo Mandetta, destaca que Edemar era, à época dos fatos, o único sócio administrador da empresa devedora.
"Portanto, o ex-banqueiro era responsável pelas decisões quanto ao recolhimento das contribuições previdenciárias e estava ciente da omissão de informações em GFIP sobre valores pagos aos empregados."
O empresário foi denunciado pelo crime tipificado no art. 337-A, inciso III, do Código Penal, com pena de dois a cinco anos de reclusão e multa. Ainda de acordo com o MPF, o montante sonegado não foi quitado nem parcelado.
Em nota de esclarecimento, Edemar afirma que "repudia veementemente mais uma tentativa de envolver seu nome em atividades escusas", e o que, segundo ele, está sendo acionado pelo administrador judicial Vânio Aguiar.
"Há uma pressão enorme junto ao Ministério Público Federal de tal forma que até o comunicado à imprensa foi forçado e alterado".
"Nele, para terem uma ideia, há alusão a uma possibilidade de prisão, o que não consta nem no texto original enviado pelo procurador", diz.
O ex-banqueiro sustenta ainda que o mesmo assunto já foi verificado e arquivado três vezes, sendo que a última em junho de 2013, e que o processo remonta a 2006.
Ele acrescenta que "toda a operação que envolve essa denúncia já foi confirmada como totalmente legal, vigente no mercado financeiro".