Alunos entram para fazer o Enem: em 2009, prova deve que ser adiada por vazamento (José Cruz/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2011 às 15h51.
Brasília – O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) pediu a condenação dos cinco envolvidos no roubo, vazamento e tentativa de venda das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009. O pedido foi apresentado à 10ª Vara Federal Criminal do estado. Funcionários do consórcio responsável pela aplicação do exame roubaram o material de dentro da gráfica e a prova teve que ser adiada às vésperas da aplicação, prejudicando 4,1 milhões de inscritos.
O MPF encaminhou os memoriais escritos com as alegações da acusação e defesa sobre o caso. O órgão pede que os envolvidos sejam condenados pelos crimes de corrupção passiva (exigir vantagem indevida) e violação de sigilo funcional. Um dos investigados também é acusado de extorsão.
O prejuízo estimado com o furto e adiamento da prova é de R$ 45 milhões. Para o MPF, são responsáveis pelo crime três ex-funcionários do consórcio que furtaram a prova da gráfica, além de dois intermediários que auxiliaram o grupo na tentativa de venda do material para diferentes veículos de imprensa. Um dos envolvidos ainda é acusados de extorsão porque ameaçou a repórter do jornal O Estado de S. Paulo, que denunciou o caso, exigindo R$ 10 mil “para não lhe fazer mal”.
A prova do Enem 2009 só foi aplicada dois meses depois, com um alto índice de abstenção. Pelo atraso, muitas instituições de ensino desistiram de utilizar a nota do exame em seus processos seletivos.