Logo do facebook em Paris França . Philippe Wojazer, Reuters (Philippe Wojazer/Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 25 de julho de 2018 às 15h38.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 08h29.
São Paulo - O Ministério Público Federal de Goiás cobra que o Facebook explique suas razões para deletar 196 páginas e 87 perfis de cunho político da rede social. A empresa tem 48 horas para detalhar as contas removidas e justificar a exclusão de cada uma.
Em comunicado divulgado na manhã de hoje, o Facebook afirmou que desativou páginas relacionadas com “uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”.
De acordo com a rede social, os perfis foram removidos após uma investigação que apontou violações à política de autenticidade da plataforma. Procurada por EXAME, a companhia ainda não se pronunciou sobre o pedido da Procuradoria.
Uma parte das contas excluídas era administrada por membros do Movimento Brasil Livre (MBL). Em nota, o movimento afirma que as páginas removidas tinham dados biográficos e, portanto, não feririam as políticas de autenticidade do Facebook.
A página movimento Brasil 200, ligado ao ex-presidenciável Flávio Rocha, dono da Riachuelo, também foi excluída da rede social. No próprio Facebook, o empresário criticou a medida: "Nem no tempo da ditadura se verificava tamanho absurdo", escreveu:
O procurador Ailton Benedito, autor do pedido, afirma, em nota, que as normas que regulam a internet no Brasil visam impedir a censura e discriminação dos usuários.
Em setembro, Benedito abriu uma investigação contra o Facebook para apurar suposta prática de censura relacionada à "Exposição Queer", que foi cancelada em Porto Alegre (RS) após polêmica nas redes sociais.
De acordo com o Facebook, globalmente, cerca de 15 mil pessoas trabalham para a revisão de conteúdos e que outros conteúdos que ferirem as regras da empresa também serão removidos.