Operação Porto Seguro, da Polícia Federal: a procuradora afirmou que Rose "era uma peça muito importante" no esquema, e que ela tinha "trânsito livre no governo federal (Polícia Federal/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2012 às 09h41.
São Paulo - A procuradora responsável pela Operação Porto Seguro no Ministério Público Federal, Suzana Fairbanks, afirmou nesta terça-feira (27) que, a depender das provas colhidas pela polícia durante as apreensões feitas na última sexta-feira (23), poderá pedir a prisão da ex-chefe de gabinete de Presidência Rosemary Nóvoa de Noronha.
"De acordo com a necessidade a gente vai avaliar essa necessidade da prisão cautelar. Há possibilidade", afirmou, sem dizer mais por se tratar de um "adiantamento de estratégia".
Segundo Suzana, apenas o sigilo dos e-mails de Rose foi pedido pela - e deferido pela Justiça. Não houve pedido de quebra do sigilo telefônico porque, segundo ela, os fatos mais relevantes investigados eram "pretéritos" - referiam-se aos anos de 2009 e 2010 - e, não havendo "atualidade da conduta" não havia necessidade de interceptações.
Além disso, disse a procuradora, a equipe que cuida do caso era pequena e a descoberta da influência de Rose se deu nos últimos quatro meses da investigação, que já tinha um "timing" para ser deflagrada.
A procuradora afirmou que Rose "era uma peça muito importante" no esquema, e que ela tinha "trânsito livre no governo federal. "Ela tinha essa intimidade até de convívio social por festas, eventos. Vivia naquele mundo. Com base no cargo praticava tráfico de influencia e corrupção".
Suzana afirmou acreditar que Rose tenha movimentado "mais prestígio do que dinheiro" e declarou que a denúncia da Procuradoria deve ser entregue à Justiça ainda este ano.
Suzana informou ainda que enviará à Procuradoria Geral de República material para possível investigação dos deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Sandro Mabel (PMDB-GO). Ela contudo, não informou o conteúdo dele porque parte dos autos continua sob sigilo judicial.