Sede da CBF, no Rio de Janeiro, ainda com o nome de José Maria Marin (REUTERS/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2015 às 08h56.
São Paulo - O Ministério Público Federal decretou sigilo máximo na análise de contratos assinados pela CBF.
Essa decisão é tomada quando o procurador considera que informações contidas nos documentos podem comprometer as investigações caso sejam divulgadas. Ao decretar sigilo máximo, nenhum dado sobre o caso está disponível - nem mesmo os nomes do procurador responsável e das partes envolvidas.
No dia 28 de maio, um dia após José Maria Marin ser preso na Suíça envolvido em um esquema de corrupção na Fifa e acusado de ter cometido vários crimes, entre eles o de receber propinas nas negociações da Copa América e da Copa do Brasil, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, entregou ao MPF do Rio cópias de contratos firmados pela entidade em gestões anteriores.
A documentação foi protocolada e endereçada ao gabinete do procurador-chefe do MPF do Rio, Lauro Coelho Junior, que encaminhou o caso para outro procurador cuja identidade não foi revelada.
Em nota enviada à reportagem, a CBF afirma que está à disposição para prestar esclarecimentos adicionais. "Por se tratar de um procedimento que está sendo liderado por uma instituição pública, o que podemos afirmar é que a CBF adotou e adotará sempre uma atitude de ampla colaboração com os poderes constituídos".
Depois de ter afirmado que não assinou nenhum contrato durante a administração de José Maria Marin, na qual era vice-presidente, Del Nero admitiu em sabatina na Câmara dos Deputados que participou da negociação de acordos comerciais feitos pela CBF nos últimos três anos. Entre os documentos entregues ao MPF estariam contratos referentes à realização de amistosos da seleção brasileira no exterior com fornecedor de material esportivo e de direitos de transmissão.
FILME REPETIDO
O MPF já havia declarado grau máximo de sigilo no procedimento investigatório que foi aberto pelo órgão para investigar o envolvimento dos ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e do Barcelona, Sandro Rosell, em um esquema de corrupção envolvendo a seleção brasileira.