Santa Casa: entre os alvos da queda de sigilo estão o provedor licenciado Kalil Rocha Abdalla, a mulher e o filho dele (Hélio Bertolucci Jr./Flickr/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2015 às 09h54.
São Paulo - O Ministério Público Estadual (MPE) pediu na terça-feira, 14, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e dos cartões de crédito de 22 pessoas, físicas e jurídicas, ligadas à Santa Casa de São Paulo, segundo informou o telejornal SPTV, da TV Globo.
Segundo a reportagem, a Promotoria vê fortes indícios de tráfico de influência, nepotismo, enriquecimento ilícito e contratação irregular de serviços envolvendo pessoas ligadas à Santa Casa.
Entre os alvos da queda de sigilo estão o provedor licenciado Kalil Rocha Abdalla, a mulher e o filho dele.
A direção da Santa Casa informou que ainda não foi notificada sobre a medida, mas disse que está à disposição das autoridades. Abdalla não foi localizado pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo na terça-feira.
Em setembro de 2014, a Santa Casa divulgou que devia R$ 433 milhões a bancos e fornecedores.
Em julho, a instituição havia fechado seu pronto-socorro por 30 horas por falta de recursos para a compra de materiais e medicamentos.
Segundo o SPTV, os promotores alegam que, entre 2009 e 2014, a Santa Casa recebeu dos cofres públicos muito mais recursos do que gastou com pacientes, e o endividamento da instituição só cresceu no período, o que levantaria a suspeita de desvio de dinheiro.
Atrasados
Médicos, enfermeiros e funcionários da Santa Casa de São Paulo voltaram a marcar um protesto, para o dia 23, para pedir transparência administrativa, a renúncia do provedor Kalil Rocha Abdalla, que está temporariamente de licença, e quitação de dívidas trabalhistas.
O pagamento do 13° salário está atrasado desde dezembro do ano passado e ainda não há previsão de quando será feito.
A Associação Médica da Santa Casa decidiu em assembleia, no dia 10, que a categoria deixaria de bater ponto até que fossem estabelecidas "regras claras quanto a banco de horas e horas extras, pagamentos dos atrasados, atividades de docência interna e externa".
O sindicato dos médicos também afirmou que entraria com ação na Justiça para a cobrança dos salários atrasados.
Uma nova assembleia também está marcada para o dia 23. O último protesto, realizado no dia 1º, reuniu cerca de 300 funcionários.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.