Metrô de São Paulo: alegação central da promotoria para o pedido de prisão é que os executivos estão fora do País (LeoMSantos)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2014 às 20h50.
São Paulo - O Ministério Público pediu a prisão preventiva de cinco executivos da Siemens e do ex-presidente no Brasil da canadense Bombardier, acusados da prática de cartel e fraude a licitações no sistema metroferroviário de São Paulo. A alegação central da promotoria é que eles estão fora do País.
Foi pedida a prisão dos executivos Peter Rathgeber (gerente de vendas da Siemens), Robert Huber Weber (diretor da Siemens AG), Herbert Hans Steffen (membro do conselho regional da Siemens), Rainer Giebl (diretor comercial da Siemens AG para América do Sul) e José Aniorte Jimenez (diretor técnico regional de vendas de trens e metrô na Espanha, América do Norte e América do Sul da Siemens AG).
Também foi pedida a prisão preventiva do canadense Serge Van Temsche, ex-presidente da Bombardier no Brasil. Os pedidos de prisão foram feitos pelo promotor Marcelo Mendroni, do Grupo de Delitos Econômicos do Ministério Público. Ele alega "necessidade de garantia da ordem econômica" e "para assegurar a aplicação da lei penal".
Mendroni, autor de cinco denúncias criminais contra o cartel metroferroviário em São Paulo, pede à Justiça que os mandados de prisão sejam encaminhados à Polícia Federal e à Interpol (polícia internacional) "para que promova regular inserção no site próprio como procurados pelas autoridades brasileiras".
Sobre o ex-presidente da Bombardier no Brasil, Serge Van Temsche, o promotor assinala. "O denunciado, cidadão canadense, está sendo acusado de prática de crimes de formação de cartel e fraude à licitação. É estrangeiro. Apesar dos esforços, não foi localizado e, segundo consta, reside no exterior." O promotor sustenta que "nestas condições (Serge Van Temsche) não responderá ao processo criminal, razão pela qual a sua prisão é de rigor para assegurar a aplicação da lei penal, nos termos do artigo 312 do Código de Processo Penal".
"Mas não é só", prossegue o promotor de Justiça. "Estas espécies de prisões também encontram respaldo na necessidade de garantia da ordem econômica." O canadense é acusado de cartel e fraude no âmbito do contrato relativo à extensão da Linha 2 do Metrô. Os executivos da Siemens são acusados pelos mesmos crimes no contrato da construção da Linha 5 do Metrô.