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MP investiga membros do governo de SP em lista da Odebrecht

Promotor está investigando nomes ligados ao governo do Estado de São Paulo na "lista da propina" da Odebrecht


	Ônibus da EMTU: condinomes da lista da Odebrecht estão ligados ao órgão e a obras do metrô, de responsabilidade do governo estadual
 (HelioRibeiro/WikimediaCommons)

Ônibus da EMTU: condinomes da lista da Odebrecht estão ligados ao órgão e a obras do metrô, de responsabilidade do governo estadual (HelioRibeiro/WikimediaCommons)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2016 às 09h58.

São Paulo - Primeiro promotor de Justiça a investigar o triplex no Guarujá (SP) que deu origem à denúncia da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, agora quer descobrir quem é o "Santo" e outros personagens ocultos em codinomes que aparecem na troca de e-mails do chamado "departamento da propina" da Odebrecht.

Os codinomes estão relacionados a obras da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), do governo paulista, e de um suposto "CEU", sigla do Centro Educacional Unificado, obra de responsabilidade da Prefeitura.

O promotor instaurou um procedimento no dia 28 de setembro para apurar as suspeitas de "eventuais crimes contra a Administração Pública Estadual", como peculato.

"Objetiva-se identificar não só os agentes corruptores, muitos dos quais identificados já e ligados ao tal setor de operações estruturadas da referida empresa, como também os corruptos identificados por codinomes, tais como: Santo, Santista, Brasileiro, Vizinho, Estrela, Corinthiano, Careca, Bragança etc...", escreve Conserino.

Entre eles, a alcunha mais recorrente nos documentos que integram as investigações da Lava Jato é "Santo".

Odebrecht

Além das suspeitas envolvendo as obras de engenharia das linhas 2 e 4 do Metrô, das quais a Odebrecht participou, Conserino quer investigar a referência à EMTU em um e-mail de 31 de outubro 2006 enviado por Benedicto Barbosa Junior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, ao então presidente da empresa, Marcelo Odebrecht - preso na Lava Jato desde 19 de junho de 2015 - solicitando autorização para o "programa" de pagamentos "relacionado a EMTU".

Outra frente da investigação vai apurar as trocas de mensagens de 2004 entre os executivos que mencionam a "Programação CEU", que a PF suspeita ser uma referência a Centro Educacional Unificado, tipo de obra tocada pela Prefeitura de São Paulo.

Governo do Estado pede para acessar provas do caso

Procurado pela reportagem, o governo de São Paulo afirmou que ordenou a realização de investigações administrativas e, há mais de uma semana, solicitou o compartilhamento de informações e de provas por meio da CGA (Corregedoria Geral da Administração) junto à Justiça Federal do Paraná, onde tramitam as investigações relacionadas à Lava Jato na primeira instância.

"O Governo de São Paulo entende que quanto mais detalhadas as investigações melhor para o interesse público. As apurações de todos os órgãos, mesmo que simultâneas, são essenciais para permitir a correção de eventuais crimes ou irregularidades. São Paulo espera que os órgãos de controle apurem as responsabilidades criminais de todos os envolvidos com a rapidez que a gravidade dos casos exige", afirma por meio de nota.

Também em nota, a Secretaria de Transportes de São Paulo afirmou à época desconhecer irregularidades em obras do Metrô e da EMTU. "As empresas, contudo, estão à disposição para colaborar com a Força Tarefa da Lava Jato e esclarecer toda e qualquer informações."

Consultada pela reportagem, a construtora Odebrecht não quis se manifestar sobre o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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