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MP investiga mais suspeitos de adulterar leite no RS

O MP do Rio Grande do Sul deve ampliar a investigação da fraude do leite e pode pedir a prisão de mais envolvidos com a irregularidade nos próximos dias


	As investigações já feitas indicam que alguns dos transportadores adicionavam ureia ao leite, produto que contém formol em sua composição
 (Wikimedia Commons)

As investigações já feitas indicam que alguns dos transportadores adicionavam ureia ao leite, produto que contém formol em sua composição (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 18h57.

Porto Alegre - O Ministério Público do Rio Grande do Sul deve ampliar a investigação da fraude do leite e pode pedir a prisão de mais envolvidos com a irregularidade nos próximos dias.

As duas possibilidades passaram a ser admitidas por promotores ligados ao caso. Depois da divulgação da Operação Leite Compen$sado, na quarta-feira passada, 8, eles receberam denúncias anônimas de que o esquema de adulteração da bebida pode ter sido maior do que o descoberto até agora.

As investigações já feitas indicam que alguns dos transportadores que compravam leite dos produtores para revender a bebida à indústria adicionavam água para aumentar o volume e, para compensar a perda nutricional, acrescentavam ureia, produto que contém formol em sua composição e, por isso, é considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde.

Conseguiam, com isso, aumentar o faturamento em até 10%. Os lotes que continham leite adulterado e já estavam distribuídos em caixinhas pela indústria foram recolhidos antes mesmo de a operação ser conhecida do público.

Das nove pessoas presas preventivamente durante a operação, duas foram liberadas no mesmo dia, depois de prestarem depoimento. Outras seis, do chamado "Núcleo de Ibirubá", ficaram presas em Soledade.

Nos depoimentos, na sexta-feira, 10, cinco delas ficaram caladas. Um empresário se manifestou para alegar que é inocente e se limitava a transportar o leite, sem ter conhecimento de qualquer adulteração.

Nesta segunda-feira, 13, o promotor Mauro Rockembach tomou o depoimento do empresário Leandro Vicenzi, de Guaporé, onde haveria um segundo "núcleo" da fraude, que também negou cometer ou conhecer a prática de irregularidades.

Alegando ter colhido novas evidências, o Ministério Público vai pedir novamente que a Justiça emita mandado de prisão preventiva contra um suspeito de um terceiro "núcleo", de Horizontina. A primeira solicitação, feita com as demais, foi negada.


Rockembach vai passar a terça-feira, 14, analisando as informações já colhidas e preparando a denúncia da fraude para encaminhá-la à Justiça na quinta-feira. É provável que os envolvidos sejam acusados de crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios.

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