Brasil

Medida Provisória do Futebol satisfaz clubes e Bom Senso FC

As modificações feitas na proposta original deixaram a MP mais amena, agradando principalmente aos clubes e à CBF


	Os clubes ficaram satisfeitos com o prazo dado para o parcelamento das dívidas, de 240 meses, com possibilidade de poderem gastar até 80% da folha de pagamento
 (Alexandre Battibugli/PLACAR)

Os clubes ficaram satisfeitos com o prazo dado para o parcelamento das dívidas, de 240 meses, com possibilidade de poderem gastar até 80% da folha de pagamento (Alexandre Battibugli/PLACAR)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2015 às 08h44.

São Paulo - O texto da Medida Provisória que possibilita o refinanciamento das dívidas fiscais dos clubes brasileiros, aprovado na última terça-feira pela Câmara dos Deputados, em Brasília, foi bem recebidos por clubes e atletas.

As modificações feitas na proposta original deixaram a MP mais amena, agradando principalmente aos clubes e à CBF, mas também foram consideradas positivas pelo Bom Senso FC, o movimento dos jogadores.

Os clubes ficaram particularmente satisfeitos com o prazo dado para o parcelamento das dívidas, de 240 meses, com possibilidade de poderem gastar até 80% da folha de pagamento.

Reivindicavam porcentual maior de redução de multas e juros, mas não reclamam do fato de os índices terem sido estabelecidos em 70% e 40%, respectivamente. A dívida fiscal dos clubes brasileiro é estimada em R$ 4 bilhões.

"Não há dúvida de que melhorou em relação ao texto inicial, que era um escracho completo. Podia ser mais incisivo, mas é um avanço", considerou o diretor jurídico do Atlético Mineiro, Lásaro Cândido da Cunha.

"O salto é positivo, foi uma grande conquista. Claro que ainda precisamos esperar a aprovação pelo Senado (o prazo é até o dia 17, senão a MP perde a validade), mas temos de admitir que foi um avanço", disse o diretor executivo do Bom Senso FC, Ricardo Borges Martins.

Lásaro Cunha destacou um aspecto da MP que pode fazer a diferença na hora de os outros entrarem nos eixos: a possibilidade de, inicialmente, poderem pagar 50% do valor mensal devido, com a diferença sendo "rolada" para a parte final do refinanciamento.

Isso será possível nos primeiros 24 meses (depois desse prazo também será possível pagar apenas parte da dívida mensal).

O dirigente mineiro ainda acredita que a melhor forma para os clubes é que fosse estabelecido, para pagamento mensal, um porcentual que levasse em consideração faturamento do clube no ano anterior e a divisão do futebol brasileiro em que se encontrasse na época.

No entanto, esse critério não foi aceito nas negociações realizadas em Brasília e que envolveram representantes do governo, clubes, CBF e atletas, entre outros setores.

Contrariedade

Para o Bom Senso FC, o ponto realmente negativo da MP foi a retirada do artigo que modificava o critério de eleição para as federações estaduais.

O movimento, e também alguns clubes - como o Flamengo -, pregavam o fim do voto igualitário, pelo qual os votos de todos os filiados têm o mesmo peso.

"Isso foi retirado do texto aos 48 minutos do segundo tempo. Queríamos o voto de qualidade, mas ficou como está", disse Martins. "Ou seja, os quatro clubes grandes do Rio, que têm mais renda, faturamento e torcida, têm apenas quatro votos para a eleição na Federação Carioca. É algo desproporcional".

Mas os pontos convergentes são maiores. Tanto o Bom Senso FC como os clubes defendem medidas de transparência e punições contra gestões temerárias, embora o diretor jurídico do Atlético Mineiro entenda ser preciso estabelecer cuidadosamente os critérios. "Se um dirigente contrata um jogador, estrela, que não dá certo, isso é gestão temerária?", questionou.

A retirada da obrigatoriedade de uma conta única para controle dos devedores também foi algo aprovado tanto por clubes como pelos jogadores.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCBFEsportesFutebolPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU