Rio 2016: segundo acusação, os denunciados também vincularam o uso dos ingressos em ações de publicidade e atividades comerciais, com o objetivo de obter vantagens econômicas (Tomaz Silva/ Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2016 às 16h34.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou à Justiça cinco estrangeiros pelos crimes de facilitação de cambismo e de marketing de emboscada por associação criminosa.
Os acusados são os irlandeses Kevin James Mallon e David Patrick Gilmore, os britânicos Marcus Paul Bruce Evans e Martin Studd e o holandês Maarten Van Os. A denúncia foi distribuída ao Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos na quinta-feira (11).
De acordo com a denúncia, funcionários do Comitê Olímpico Internacional (COI) relataram à polícia um esquema arquitetado pelos sócios da empresa britânica The Hospitality Group UK Limited (THG).
A empresa oferecia a venda de ingressos para celebrações oficiais da Olímpiada Rio 2016, sem autorização da entidade organizadora do evento e por preço superior ao estampado nos bilhetes esportivos.
Segundo a acusação, os denunciados também vincularam o uso dos ingressos em ações de publicidade e atividades comerciais, com o objetivo de obter vantagens econômicas.
Flagrante
Kevin Mallon foi preso em flagrante no dia 5, no Hotel Next Flat, na Barra da Tijuca. Com ele, foram apreendidos inicialmente 32 ingressos para a cerimônia de abertura, que custavam R$ 3 mil o valor unitário.
No dia do flagrante, algumas das pessoas lesadas foram encaminhadas ao Hotel Next Flat sem os ingressos comprados. Ciente do crime, a polícia pôde realizar a prisão em flagrante de Mallon. Uma nova apreensão obteve outros 791 ingressos para eventos oficiais da Rio 2016.
O documento indica que os cinco denunciados, “agindo livre e conscientemente, em união de ações e desígnios, associaram-se, de maneira estável e permanente, para a prática dos delitos de facilitação de cambismo e de marketing de emboscada por associação”.
Ainda segundo a denúncia oferecida à Justiça, algumas vítimas chegaram a pagar US$ 8 mil (cerca de R$ 35 mil), percentual muito superior àquele estipulado pelo COI.