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MP confirma massacre em tribo isolada do Amazonas

Os indígenas teriam sido assassinados em agosto passado, no município de São Paulo de Olivença, na fronteira com Peru e Colômbia

Amazônia: A Reserva Territorial Kugapakori se localiza nos distritos de Megantoni e Sepahua (Arquivo/Reprodução)

Amazônia: A Reserva Territorial Kugapakori se localiza nos distritos de Megantoni e Sepahua (Arquivo/Reprodução)

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AFP

Publicado em 9 de setembro de 2017 às 10h36.

O Ministério Público Federal do Amazonas confirmou nesta sexta-feira o assassinato de vários indígenas de uma tribo isolada no extremo oeste do estado do Amazonas (norte) por garimpeiros ilegais que agem na região, informou nesta sexta-feira a agência de notícias Amazônia Real.

"Confirmamos as mortes de indígenas isolados e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal estão investigando", revelou a procuradoria à agência de notícias.

Os indígenas - conhecidos como "flecheiros" - teriam sido assassinados em agosto passado, no município de São Paulo de Olivença, na fronteira com Peru e Colômbia, segundo a agência de notícias.

As autoridades não informaram o número de vítimas e como as mortes ocorreram para "não prejudicar as investigações", mas a Amazônia Real apurou que ocorreram mais de vinte óbitos.

O Ministério Público investiga uma segunda denúncia, sobre o assassinato de indígenas da isolada tribo dos Warikama Djapar, em maio passado.

Há cerca de duas semanas, o líder indígena Adelson Kora Kanamari disse à Amazônia Real que entre 18 e 21 indígenas "teriam sido atacados e assassinados" na região do Vale do Javari.

"Caso tais relatos sejam confirmados, o Presidente (Michel) Temer e seu governo possuem uma grande responsabilidade por este ataque genocida", aponta o texto, que critica, além disso, os cortes no orçamento da Fundação Nacional do Índio (Funai).

"Todas estas tribos deveriam ter tido suas terras devidamente reconhecidas e protegidas há anos - o apoio aberto do governo àqueles que querem violar territórios indígenas é extremamente vergonhoso", acrescenta.

Em declarações à Amazônia Real, Kanamari explicou que a situação na região está "muito crítica". Os invasores "são fazendeiros, caçadores, garimpeiros. Muitos isolados estão sendo mortos, mas não sabemos ao certo as datas e nem o número exato de mortos", afirmou.

O território indígena Vale do Javari tem 8,5 milhões de hectares e foi regularizado em 2001, segundo dados da Funai. Situado a quase 1.200 km de Manaus, tem uma população de cerca de 7.000 habitantes.

Também de acordo com a Funai, há ao menos 14 referências de indígenas isolados na área, e cinco etnias contatadas.

A crítica da ONG Survival se soma às críticas que o governo de Michel Temer recebeu no Brasil e no exterior por "retroceder" em termos ambientalistas e de direitos dos indígenas.

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