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Movimentos prometem mais protestos contra gastos da Copa

Apenas o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto organizou hoje seis protestos com bloqueio de importantes avenidas da capital paulista


	Protesto contra Copa: “vai ser um por semana”, disse um coordenador do MTST
 (Nacho Doce/Reuters)

Protesto contra Copa: “vai ser um por semana”, disse um coordenador do MTST (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2014 às 12h36.

São Paulo - “Vai ser um por semana”, avisou Guilherme Boulos, um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que organizou hoje (15) seis protestos com bloqueio de importantes avenidas da capital paulista.

“Os governos têm 28 dias para resolver os problemas das nossas ocupações. O povo quer moradia”, disse em referência ao período que resta para o início da Copa do Mundo.

Uma das vias bloqueadas foi a Radial Leste, onde fica o estádio do Corinthians, que vai sediar a abertura dos jogos.

A manifestação pacífica reuniu cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar (PM).

O movimento contabilizou 4 mil participantes.

O protesto na zona leste da cidade teve participação dos ocupantes de um terreno a 4 quilômetros do estádio, que foi tomado no dia 3 de maio pelos sem-teto.

“Moradia e reforma urbana são reivindicações que já temos feito há muito tempo. Ao mesmo tempo, queremos denunciar as contradições da Copa do Mundo, cujo legado para o povo mais pobre foi a exclusão”, defendou Boulos.

Ele cita o aumento da especulação imobiliária, dos processos de despejo e do valor do aluguel como consequências da Copa na região de Itaquera.

As outras cinco avenidas interditadas foram: Marginal Pinheiros, na altura da ponte João Dias; Giovanni Gronchi; Ponte do Socorro; e Marginal Tietê. Todas já foram liberadas.

O protesto em São Paulo faz parte de um ato nacional unificado dos Comitês Populares da Copa.

Outro ato está marcado para hoje a partir das 17h, com concentração na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista.

Além do fim dos despejos e remoções forçadas, os movimentos sociais que encabeçam esses atos reivindicam o arquivamento dos projetos de lei que tipificam como crime de terrorismo ou ampliam penas para danos causados durante as manifestações.

Eles cobram também a desmilitarização das polícias, pensão vitalícia para as famílias dos nove operários mortos enquanto trabalhavam na construção de estádios da Copa, bem como a responsabilização das construtoras.

Na semana passada, movimento sociais, que formam o coletivo Resistência Urbana, iniciaram uma série de manifestações que devem ocorrer até a Copa do Mundo.

A concentração dos protestos ocorreram simultaneamente em três pontos da capital paulista.

O alvo foram grandes construtoras que receberam recursos para construção e reforma dos estádios.

O movimento foi recebido pela presidente Dilma Rousseff, que fazia uma visita ao Itaquerão naquele dia.

Ela prometeu estudar a possibilidade de construir moradias no terreno da ocupação na zona leste.

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