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Movimentos convocam novos protestos para hoje em São Paulo

Organizadores esperam para hoje a presença de 120 mil pessoas, o dobro do número de manifestantes que protestaram ontem


	Manifestação do Movimento Passe Livre pelo aumento das tarifas do transporte público: inicialmente contra alta das passagens, os protestos também evidenciaram péssima qualidade dos serviços e a corrupção
 (Divulgação/MPL-SP)

Manifestação do Movimento Passe Livre pelo aumento das tarifas do transporte público: inicialmente contra alta das passagens, os protestos também evidenciaram péssima qualidade dos serviços e a corrupção (Divulgação/MPL-SP)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 12h34.

Brasília - Os movimentos sociais que convocaram os protestos que sacudiram o Brasil nos últimos dias anunciaram novas manifestações para esta terça-feira em São Paulo e afirmaram que "não deixarão as ruas" até que caia o polêmico aumento das passagens do transporte público.

"O destino é claro, único, objetivo e específico: revogar o aumento", anunciou o Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo, que liderou os protestos que começaram na cidade há mais de uma semana e se estenderam por todo o país.

Para o protesto convocado hoje em São Paulo, os organizadores informaram que esperam a presença de cerca de 120 mil pessoas, o dobro do número de manifestantes que a própria polícia calculou que protestaram na cidade ontem.

Segundo as autoridades, cerca de 250 mil pessoas tomaram as ruas de dezenas de cidades nesta segunda-feira para protestar inicialmente contra a alta das passagens e o gasto público em eventos esportivos, como a Copa das Confederações, organizada pela Fifa.

No entanto, as manifestações demonstraram que os protestos também evidenciam a péssima qualidade dos serviços, a corrupção, a inflação, a violência policial e uma infinidades de problemas, que revelam um mal-estar social generalizado que até agora não havia se manifestado em larga escala.

Os protestos desta segunda-feira foram considerados os maiores do país desde 1992, quando uma mobilização popular de dimensões semelhantes contribuiu para a queda do governo do então presidente Fernando Collor de Mello, que renunciou.


A presidente Dilma Rousseff ainda não falou publicamente sobre os protestos, que segundo admitiu o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, pegaram "de surpresa" o governo.

No entanto, a ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas, disse à imprensa que Dilma "considera que as manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia" e que "é próprio dos jovens se manifestar".

No entanto, em alguns protestos desta segunda-feira e de dias anteriores houve episódios violentos, que em certos casos foram provocados pelos excessos na repressão policial e em outros pelos próprios manifestantes.

Nesta segunda-feira, a violência aconteceu especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro, onde pequenos grupos atacaram policiais, como pôde ser visto pela televisão.

No Rio de Janeiro, centenas de pessoas tentaram tomar a sede da Assembleia Legislativa regional e chegaram a incendiar uma das portas de acesso.

Em São Paulo, os mais violentos se concentraram contra o Palácio dos Bandeirantes da cidade ao que também tentaram ingressar pela força, mas foram contidos pelas autoridades.

Os participantes de outro grande protesto chegaram a ocupar por cerca de três horas o terraço e uma das rampas de acesso ao Congresso Nacional em Brasília, mas salvo uns empurrões e discussões, a manifestação foi, em geral, pacífica.

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