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Movimento social pede investigação de onda de homicídios

O balanço da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo indica aumento de 96% no número de homicídios na capital em setembro


	Polícia Militar de São Paulo: detentos estariam comandando ataques contra policiais, o que já resultou no assassinato de 90 membros da PM
 (Marcelo Camargo/ABr/Agência Brasil)

Polícia Militar de São Paulo: detentos estariam comandando ataques contra policiais, o que já resultou no assassinato de 90 membros da PM (Marcelo Camargo/ABr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 11h56.

São Paulo – O Movimento Mães de Maio quer investigação federal para o aumento do número de assassinatos no estado de São Paulo, especialmente na capital. “Há a necessidade muito grande de uma equipe federal para acompanhar o desenrolar das investigações sobre os assassinatos dos civis”, disse a coordenadora do movimento, Débora Maria da Silva. Ela se reuniu ontem (8) à noite com representantes de outros movimentos sociais para definir formas de cobrar das autoridades uma solução para o problema.

O balanço da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo indica aumento de 96% no número de homicídios na capital em setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 135 casos de homicídios, enquanto em 2011 foram registrados 69 casos. No acumulado de janeiro a setembro, a alta foi 22% na capital, com 920 casos de homicídios. Em todo o estado, no mesmo período, o aumento foi 8%.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil nos últimos dias apontam como causa principal da violência uma guerra entre a Polícia Militar e a facção criminosa que atua nos presídios paulistas. Detentos estariam comandando ataques contra policiais, o que já resultou no assassinato de 90 membros da corporação desde janeiro. As mortes de civis seriam uma forma de vingar esses assassinatos.

O convênio firmado esta semana entre os governos federal e estadual para tentar conter o aumento da violência em São Paulo foi alvo de críticas durante a reunião. Segundo Débora Silva, em nenhum momento o convênio fala sobre os cidadãos comuns que estão morrendo.

Na parceria, foi acordada a criação de uma agência integrada de inteligência para combater a violência no estado. Além disso, ficou acertada a transferência de criminosos acusados de ordenar a morte de policiais para presídios federais de segurança máxima em outros estados.


Para Débora Silva, que acompanha as mortes em confronto com policiais e a atuação de grupos de extermínio desde 2006, há envolvimento de policiais nessas ações e, por isso, a investigação federal é importante. “Existem grupos de extermínio, existem milicianos muito bem aparelhados dentro dos batalhões”, sustenta.

A educadora Fabiana Ivo, da Rede de Educação Cidadã (organização que trabalha em bairros periféricos), diz que tem sido observado um aumento significativo de mortes de jovens nas periferias, muitos sem envolvimento com o crime. “A gente tem trabalhado com levantamentos nos distritos do Campo Limpo, Jardim São Luís, Jardim Ângela e Capão Redondo. Dentro desses distritos temos recebidos informações sobre jovens, de 13 a 29 anos, que estão desaparecendo”, acrescenta.

Segundo Fabiana Ivo, nos últimos 15 dias pelo menos cinco jovens desapareceram. Ela conta ainda que seu primo foi alvo de um atentado em um bar na madrugada de quarta-feira (7) em Diadema, no ABC Paulista. Na ocasião, dois homens em uma moto atiraram contra todas as pessoas que estavam em frente ao estabelecimento. O primo de Fabiana foi atingido no braço.

Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Militar do Estado de São Paulo respondeu que o grupo deve formalizar a denúncia na Corregedoria da instituição, para que possa ser apurada.

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