Mourão: aliados de Bolsonaro divergem sobre posicionamento a ser adotado sobre os protestos (Romério Cunha/VPR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de março de 2020 às 13h20.
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse nesta segunda-feira, 9, que os protestos marcados para o dia 15 de março têm como pauta o "apoio às reformas". Ele foi perguntado por jornalistas se o governo irá trabalhar para dissuadir atos contra o Congresso e o Judiciário durante os protestos.
De acordo com Vera Magalhães, editora do BR Político e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, ministros têm aconselhado o presidente Jair Bolsonaro a pedir o cancelamento dos atos. Para aliados de dentro e fora do governo, o gesto seria melhor do que um eventual fracasso. Eles sugerem que o presidente use como argumento os riscos de aglomerações para a proliferação do novo coronavírus.
"A manifestação está colocada aí como apoio às reformas. Acho que sobre a questão com o Congresso, temos que aprofundar o diálogo, trabalho que está sendo feito pelo ministro Ramos para que a gente consiga avançar naquilo que precisa avançar", disse Mourão.
O presidente em exercício afirmou ainda que não irá aos protestos, mas que "não vê problema" sobre os atos. "Está sendo acompanhado. Manifestação faz parte da vida democrática. Desde que ordeira, pacífica, não vejo problema."
O presidente Jair Bolsonaro convocou no sábado, 7, a população para participar dos protestos. Em evento em Boa Vista, Roraima, Bolsonaro disse que a manifestação é "espontânea" e "pró-Brasil" e não contra o Congresso ou o Judiciário. "Participem e cobrem de todos nós o melhor para todo o Brasil", declarou o mandatário na ocasião.