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Mourão vê Kamala como elo para aproximar Brasil de Biden

Mourão tem sido visto como um dos nomes mais pragmáticos do núcleo político-militar, capaz de abrir canal de diálogo com a equipe de Biden

Mourão: diplomatas avaliam que com a demora em se manifestar, Bolsonaro acaba deixando o Brasil cada vez mais isolado no plano internacional (Adnilton Farias/Flickr)

Mourão: diplomatas avaliam que com a demora em se manifestar, Bolsonaro acaba deixando o Brasil cada vez mais isolado no plano internacional (Adnilton Farias/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de novembro de 2020 às 16h29.

O vice-presidente Hamilton Mourão já definiu uma estratégia para se aproximar de Kamala Harris, a vice-presidente eleita dos Estados Unidos. O primeiro contato será por uma cordialidade. A intenção é dar congratulações a Harris pela vitória ao lado de Joe Biden na disputa pela Casa Branca.

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Nos bastidores do governo, e até entre diplomatas, Mourão tem sido visto como um dos nomes mais pragmáticos do núcleo político-militar, capaz de abrir canal de diálogo com a equipe de Biden. A interlocutores mais próximos, Mourão repetiu que não quer atropelar Bolsonaro, embora já tenha dito que, como “pessoa física”, já reconhece a vitória de Biden no duelo contra Donald Trump pela Casa Branca.

Assessores afirmam que Mourão não deve se manifestar em nome do governo antes que Bolsonaro admita o democrata Biden como vencedor na disputa levada à Suprema Corte pelo republicano Trump.

Mesmo assim, o vice deixou uma mensagem pronta, engatilhada para soltar no Twitter, dando os parabéns à Kamala Harris. Mourão pretende publicar o tuíte tão logo o Planalto felicite Biden. Esse momento, porém, ainda é uma incógnita porque Bolsonaro decidiu se manter em silêncio até que o imbróglio tenha chegado ao fim.

Em conversas reservadas, diplomatas avaliam que, com a demora em se manifestar, mesmo diante de novos resultados confirmados a favor de Biden, Bolsonaro acaba deixando o Brasil cada vez mais isolado no plano internacional, ao lado de México e Rússia. Até os chineses, sempre calculistas, reconheceram o triunfo de Biden e Kamala.

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