Banco do Brasil: perguntado sobre a crise, Mourão afirmou que o assunto não foi discutido com ele e que isso é tratado pelo presidente da República e por Guedes (Adnilton Farias/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 13h30.
O vice-presidente Hamilton Mourão apontou uma possível falha de comunicação no plano do Banco do Brasil (BB) para fechar agências e demitir funcionários. A situação levou o presidente Jair Bolsonaro a decidir demitir o atual presidente do banco, André Brandão, conforme o Estadão/Broadcast revelou.
"Eu acho que houve uma comunicação talvez deficiente do banco nisso aí, né? Porque normalmente as pessoas que queriam sair eram pessoas que já tinham completado o seu tempo para aposentar", disse Mourão no Palácio do Planalto. "Talvez pouquíssimas pessoas tivessem um rebaixamento de cargo e não pudessem se aposentar."
Na segunda-feira, 11, a instituição informou ao mercado um plano de reorganização para ganhos de eficiência operacional que prevê entre outras medidas, o fechamento de 112 agências da instituição, além de programas de desligamento, com expectativa de adesão de 5 mil funcionários. O banco estima que a implementação plena das medidas deve ocorrer durante o primeiro semestre deste ano.
A proposta do Banco do Brasil abriu uma crise no governo e deve levar à demissão do presidente do banco, André Brandão, menos de quatro meses após sua posse. O presidente Jair Bolsonaro decidiu demiti-lo pelo desgaste provocado com o anúncio, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda tentava demovê-lo da ideia.
Perguntado sobre a crise, Mourão afirmou que o assunto não foi discutido com ele e que isso é tratado pelo presidente da República e por Guedes. Conforme o Estadão/Broadcast publicou, analistas classificaram a decisão como ingerência política do chefe do Planalto na estatal - na contramão do discurso que o elegeu em 2018.
O presidente Jair Bolsonaro evitou responder à pergunta de um apoiador nesta manhã de quinta-feira sobre a permanência do presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão, no cargo. Em encontro com adeptos na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse estar com pressa, que não poderia "gravar" e pediu desculpas por ser breve.