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Moura espera que prisão de Geddel não afete votação de denúncia

Para o líder do governo no Congresso, não há conexão entre a denúncia da PGR contra Temer e a acusação que pesa contra Geddel

Geddel e Temer: o líder no Congresso admite que haverá exploração política do episódio por parte da oposição (Ueslei Marcelino/Reuters)

Geddel e Temer: o líder no Congresso admite que haverá exploração política do episódio por parte da oposição (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de julho de 2017 às 19h16.

Brasília - O líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), disse acreditar que a prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, não terá influência sobre os deputados na análise da denúncia contra o presidente Michel Temer.

Para Moura, não há conexão entre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer e a acusação que pesa contra Geddel.

"Espero que não tenha nenhum impacto porque o motivo que gerou a prisão não tem nenhum tipo de conexão com a denúncia em relação ao presidente Michel Temer. Nossos parlamentares têm transmitido a certeza da rejeição da denúncia", declarou.

O líder no Congresso admite que haverá exploração política do episódio por parte da oposição, que a situação gera desgaste, mas que a denúncia em si não traz fato comprometedor contra Temer. Ele, no entanto, reconhece que é preciso trabalhar para que a prisão não contamine o ambiente na Câmara.

No cronograma dos governistas, a partir da entrega da defesa de Temer na quarta-feira, 5, é possível votar a denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana, com possibilidade de votação no plenário antes do recesso, que começa no dia 17.

Moura, que passou a tarde ligando para membros da CCJ, disse contar com mais de 34 votos contra a admissibilidade da denúncia.

Sobre a escolha do relator, o deputado disse esperar que o escolhido do presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não seja um parlamentar "que faça da relatoria um palanque político".

Para que o prazo das cinco sessões de apreciação na CCJ seja cumprido, os governistas pretendem marcar presença na sexta-feira, 7, e na segunda-feira, 10, dias em que tradicionalmente não há quórum para abertura de sessões na Câmara. "Nossa pressa é de quem tem compromisso com o futuro do País", justificou.

Moura admitiu, no entanto, que a palavra final sobre a votação no plenário cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O líder também não descartou a possibilidade de votação num domingo. "O que queremos é cumprir o prazo regimental das cinco sessões", observou.

Para que haja recesso, os parlamentares precisam votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Segundo Moura, a previsão de votação é dia 14 de julho. E, para votar a LDO, o Congresso precisa antes apreciar os 17 vetos presidenciais que trancam a pauta.

Otimismo

Os líderes governistas dizem que o ideal é ir para o recesso "com tudo resolvido" na Câmara. Ter maioria na CCJ, dizem os parlamentares, seria uma relevante sinalização. "Uma vitória na CCJ é muito importante. E o governo trabalha com maioria", disse o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP).

O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que quanto mais rápida for a votação da denúncia, melhor. "Precisamos resolver isso com a maior celeridade possível", comentou. Nas contas de Mansur, o governo teria 35 votos na CCJ, 18 indecisos e 14 membros votando a favor da denúncia.

Mansur, no entanto, acha improvável votar a denúncia no plenário antes do recesso porque o ambiente político está tumultuado. "Antes do recesso? Esquece", respondeu.

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