Van escolar: de acordo com o presidente da Artesul, o novo modelo implica perda no valor recebido pelos motoristas (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 08h53.
Motoristas de vans escolares que trabalham para a prefeitura de São Paulo fazem uma carreata hoje (21) contra a alteração de regras no modelo de contratação do serviço.
Cerca de 500 veículos, de acordo com a liderança, deixaram as proximidades do estádio do Pacaembu às 8h e seguiram em direção à prefeitura.
O presidente da Associação Regional de Transporte Escolar de São Paulo (Artesul), Jorge Formiga, disse que o objetivo é conseguir uma reunião com o prefeito Fernando Haddad.
De acordo com ele, o novo modelo implica perda no valor recebido pelos motoristas, o que torna a prestação do serviço inviável.
Atualmente, quem presta serviço à prefeitura para transportar crianças recebe entre R$ 3 mil e R$ 5 mil pelo aluguel da van, dependendo do estado do veículo, R$ 0,30 por quilômetro rodado, além de R$ 40 por criança transportada.
No total, os motoristas ganham, em média, R$ 7,5 mil mensais e são responsáveis por arcar com os custos de combustível e manutenção da van.
A nova proposta é oferecer um valor fixo apenas por criança transportada, em torno de R$ 150, o que baixaria para cerca de R$ 4 mil o valor recebido mensalmente pelos motoristas.
“E eles não garantem a demanda. Se tiver carro com capacidade para 18 crianças, passam só 10 e o resto tem que correr atrás de particular”, criticou Jorge Formiga.
Concorrência
Ele reclama que esse modelo de contratação vai criar concorrência com motoristas particulares.
“Não tem condição de trabalhar assim, vão pôr a gente para brigar com os condutores particulares. Estamos nessa carreata também com os condutores particulares participando. Todo mundo junto contra esse modelo de contratação que eles estão propondo.”
A Agência Brasil entrou em contato com a prefeitura, mas ainda não recebeu resposta.