27/02/2017- Rio de Janeiro- RJ, Brasil- Delegado e peritos investigam local do acidente com carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti, no Sambódromo (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 18h52.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2017 às 18h55.
Rio - O motorista Francisco de Assis Lopes, de 53 anos, que dirigia o carro da escola Paraíso do Tuiuti envolvido no acidente da Sapucaí, disse que não teve culpa pelo acidente, em depoimento prestado à 6ª DP (Cidade Nova) no fim da tarde desta segunda-feira,27.
"Eu não tive culpa. Quem ficou machucado, me desculpe mesmo. Quero pedir desculpas às famílias. Só isso que eu queria dizer", disse o motorista na saída da delegacia.
Já os filhos do profissional, Liverton dos Santos Lopes e Lidiane dos Santos Lopes, que acompanharam o depoimento de Francisco, disseram que o acidente teria sido causado por uma imprudência da escola de samba.
"Meu pai não sabia que tinha uma roda do carro quebrada, assim como também não sabia que seria acoplado outro carro no dele, que tampou (sic) toda a sua visão na hora de dirigir. Não tinha como ele enxergar, não foi combinado isso, e o guia (que deveria orientar o motorista sem visão do percurso) não apareceu ", disse Lidiane.
Liverton disse que uma roda do carro, chamada roda maluca (móvel), também causou problemas. "Quem entende disso sabe que a roda maluca, quando chove, ela perde o controle", disse.
Quando lhe perguntaram por que seu pai não se recusou a dirigir nessas condições, Liverton disse que Francisco dirigia o último carro "e não tinha como recusar". ]"Ele cumpriu o papel dele como profissional que é. Ele é caminhoneiro. Diziam que ia ter um guia para ele, o acidente não aconteceu porque ele perdeu o controle", afirmou.
Lidiane também contou que Francisco só percebeu que houve o acidente quando ouviu os gritos. Ela acusou funcionários da escola de agredirem seu pai quando ele saiu do veículo.
O assessor de imprensa da Paraíso do Tuiuti, Rodrigo Coutinho, afirmou ao Estado poder garantir "que não procede (a acusação dos filhos do motorista, de que o pai não sabia que dirigiria um carro acoplado)". "Todos os motoristas sabem exatamente como são os carros". Ele declarou que a agremiação esclarecerá as demais afirmações da família de Lopes em depoimento. "Sobre ter sido agredido ou não, não tenho como afirmar o contrário. Não estava presente no momento do fato, e as pessoas que foram consultadas, negaram", afirmou.