Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, da zika e da chikungunya (Thinkstock/Damrongpan Thongwat)
Valéria Bretas
Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 15h49.
São Paulo – Um mosquito geneticamente modificado conseguiu eliminar 82% das larvas provenientes do Aedes aegypti no bairro de Cecap/Eldorado, em comparação com um bairro não tratado também em Piracicaba, no interior de São Paulo.
Batizado de “Aedes do bem”, o mosquito transgênico produzido pela empresa britânica, Oxitec, faz com que o macho fecunde um ovo infértil na fêmea, impedindo a reprodução. Vale ressaltar que ele não pica e nem transmite doenças.
E o resultado positivo traz a boa notícia: a prefeitura vai ampliar o projeto para a região central do município. Além disso, a Oxitec anunciou que pretente instalar uma fábrica em Piracicaba que poderá ser usada para tratar outras cidades do estado de São Paulo e do Brasil com o Aedes do bem.
O teste em Cecap, que liberou mais de 25,3 milhões de insetos machos inférteis pela região desde abril de 2015, custou cerca de 150 mil reais aos cofres públicos da cidade.
Segundo informações da prefeitura, só em 2015 foram registrados mais de 3,2 mil casos de dengue, e, ao menos três mortes foram confirmadas.
Em nota, o secretário de Saúde, Pedro Mello, chegou a afirmar que o município está intensificando o combate e prevenção ao mosquito.
“Piracicaba está buscando alternativas não só à dengue, mas também à chikungunya e à zyka, que também são transmitidas pelo Aedes aegypti. Temos que acabar com o mosquito, porque ele está extremamente adaptado ao nosso meio ambiente”, diz o secretário na nota.
Ainda de acordo com a prefeitura de Piracicaba, bairros nas cidades de Jacobina e Juazeiro, na Bahia, foram tratados com o Aedes do bem e, em ambos, a redução na quantidade de larvas foi superior a 90%.