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Mortes por ação policial em SP chegam a 571 até agosto

Número já representa 70% das ocorrências semelhantes em todo o ano passado

Em patrulhamento na região, os policiais desconfiaram do volume sob um cobertor que estava ao lado do menor (Divulgação/PMSP)

Em patrulhamento na região, os policiais desconfiaram do volume sob um cobertor que estava ao lado do menor (Divulgação/PMSP)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 11h43.

Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 13h25.

São Paulo – De acordo com dados da Ouvidoria das polícias de São Paulo, 571 pessoas foram mortas por ação de policiais militares no estado entre janeiro e agosto de 2015. O número representa quase 70% das mortes semelhantes em todo o ano de 2014.

Dois marcos recentes chamaram atenção para a questão de violência policial este ano. O primeiro foi chacina de Barueri e Osasco, que deixou 19 mortos e em que a grande linha de investigação diz que foi executada por policiais e guardas civis metropolitanos em represália às mortes de um PM e um guarda.

A segunda foi o flagrante por câmeras de segurança de uma execução de dois suspeitos já detidos no Butantã no dia 7 de setembro em plena luz do dia.

Onze policiais forjaram uma ocorrência para justificar as mortes. Segundo o secretário de segurança pública, Alexandre de Moraes, os envolvidos serão processados e expulsos da PM.

O indicativo de aumento gera preocupação na Polícia Militar. No último dia 17, o comandante geral da PM, Ricardo Gambaroni, disse, em vídeo, que a corporação não aceitaria mais homicídios indiscriminados e forjados.

“A reação letal só é aceitável sob o abrigo da legítima defesa”, disse. “Não iremos tolerar os maus policiais, aqueles que violam deliberadamente os direitos humanos.”

Veja abaixo.

Mudanças na Rota

Coincidência ou não, o anúncio vem também depois do anúncio de afastamento do tenente-coronel Alexandre Gaspar Gasparin do comando da Rota, batalhão de operações especiais da PM, apenas sete meses depois de assumir.

Alberto Malfi Sardilli, antigo comandante da Cavalaria da PM, será o novo chefe da Rota — Gasparin assume o lugar dele. A SSP justifica no Diário Oficial, que a troca foi promovida por "conveniência de serviço".

Atualizado em 22/9, às 11h40.

A Secretaria de Segurança Pública foi procurada e enviou nota à redação após a publicação da matéria contestando os dados confirmados pela reportagem com a Ouvidoria da PM. Veja o texto a seguir, na íntegra.

"A Secretaria da Segurança Pública esclarece que os dados divulgados pela Ouvidoria estão errados. De janeiro a julho deste ano, houve 442 mortes decorrentes de intervenção policial e 49 homicídios por policiais em serviço e em folga. Os dados de agosto serão divulgados até o final do mês, no Diário Oficial do Estado.

Cabe salientar que a SSP está desenvolvendo ações para reduzir a letalidade policial, como a publicação a edição da Resolução SSP 40/15 em abril deste ano, que reduziu em 15% a letalidade policial militar nos últimos quatro meses em relação ao mesmo período do ano passado. A medida garante maior eficácia nas investigações de mortes, pois determina o inédito comparecimento das Corregedorias e dos Comandantes da região, além de equipe específica do IML e IC, para melhor preservação do local dos fatos e eficiência inicial das investigações. A resolução, que prevê também imediata comunicação ao Ministério Público, foi elogiada no relatório final da CPI sobre homicídios de jovens negros e pobres da Câmara dos Deputados, em julho, que defendeu a adoção da medida em todo o Brasil, como texto legal no CPP (Código de Processo Penal)."

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