Brasília - O primeiro paciente a receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para usar o canabidiol, substância derivada da maconha, morreu neste domingo em Brasília. Gustavo Barbosa Guedes, de 1 ano e 4 meses, tinha síndrome de Dravet, doença rara que provoca convulsões.
A mãe do menino, Camila Guedes, integrava um grupo de pais de pacientes que lutam para que a substância seja transferida para um rol de medicamentos de uso controlado. Na quinta-feira passada, a Anvisa discutiu o assunto, mas adiou a decisão para agosto. Camila acompanhou a reunião.
Integrantes do movimento afirmam que pacientes submetidos ao tratamento com canabidiol apresentam uma significativa redução do número de convulsões. Pais avaliam ainda que, com a liberação, haveria maior facilidade de médicos receitarem o produto.
Em entrevista concedida ao Estado na quinta, Camila afirmou que a maior dificuldade que enfrentou foi encontrar um profissional disposto a pedir o medicamento. Gustavo havia iniciado o tratamento há cerca de dez dias.
Os efeitos começam a ser notados depois de 45 dias de uso. Por mais de 40 dias, Camila aguardou a liberação para o uso da substância, que já vem sendo usada por pelo menos 20 brasileiros.
A Anvisa determinou a abertura de uma investigação específica para apurar o caso, uma vez que o produto foi importado por meio de uma autorização especial.
De acordo com a agência, a espera de familiares de Gustavo para obtenção do produto não foi provocada pela Anvisa. O pedido foi feito dia 9 de abril e a decisão, concedida dia 17 do mesmo mês.
Ainda de acordo com a Anvisa, a morte da criança não vai modificar a forma como a agência está lidando com o tema.
Enquanto a decisão da Anvisa sobre o canabidiol não é tomada, a avaliação sobre a importação do produto é feita caso a caso. Até o momento, a agência liberou três de nove pedidos para importação da substância, que nos EUA é vendida como suplemento alimentar.
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1. Onde há fumaça, há fogo
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1/12 (PABLO PORCIUNCULA/AFP/Getty Images)
São Paulo - Entre as cidades americanas que proíbem a
maconha, as que permitem o consumo apenas para fins médicos e as que permitem o uso recreativo, qual seria a mais, digamos, envolvida com a droga? Um levantamento de dados do
Motovo Real Estate, dos
Estados Unidos, uniu vários critérios para achar a cidade mais "fissurada" na droga: onde o uso é permitido - para fins médicos ou recreativos -, onde há mais pontos de venda e leis flexíveis. A lista é dominada por cidades dos estados do Colorado e da
Califórnia. O primeiro, logo no começo do ano, se tornou o primeiro dos Estados Unidos a legalizar a venda da erva para maiores de 21 anos. Já a Califórnia tem um histórico mais libertário com a cannabis há mais tempo. Por lá, há droga é descriminalizada e o uso medicinal é permitido. A pesquisa selecionou os seguintes critérios que seriam levados em conta: pontos de venda de maconha per capita; números de residentes que possuem cartões para uso de maconha para fins medicinais; lojas dedicadas à cultura da cannabis per capita. Depois: número de eventos e festivais relacionadas à maconha; se a maconha é ou não legal no estado; se a maconha para uso médico é ou não legal no estado; e se a maconha é ou não descriminalizada no estado. Veja a seguir o top 10 americano:
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2. 1. Denver, Colorado
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2/12 (Marc Piscotty/Getty Images)
Em Denver, 2.1% dos residentes tem um cartão que permite a compra da droga para fins medicinais. Lá, há uma loja do ramo para cada 3.780 moradores.
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3. 2. Colorado Springs, Colorado
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3/12 (Joe Amon/The Denver Post via Getty Images)
Apesar de não ser muito grande (cerca de meio milhão de habitantes), a cidade é a 13ª no país com mais pontos de venda da droga per capita. Há uma loja por 14.213 habitantes. Já no ranking dos "head shops", que vendem todo o aparato para a droga e costumam atrair os entusiastas da cultura cannabis, ela está em 31º lugar.
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4. 3. Seattle, Washington
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4/12 (Ron Wurzer/Getty Images)
A cidade está em terceiro entre as que mais tem pontos de venda da droga per capita: um para 4.850 pessoas. Por lá, 1,46% dos cidadãos tem um cartão médico para uso da droga.
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5. 4. San Bernardino, Califórnia
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5/12 (Kevork Djansezian/Getty Images)
Está em 17º em número de lojas (1 para 23.668 pessoas). Já no número de "head shops", está em primeiro: um para 8.876 pessoas. Também é a líder em eventos e festivais. No número de pessoas com cartões médicos, está em quinto: 1,47% dos residentes tem um.
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6. 5. Aurora, Colorado
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6/12 (Marc Piscotty/Getty Images)
Ela está em primeiro entre as cidades com mais pessoas que têm o cartão médico da droga (2,1%). Em pontos de venda, está em 38º lugar.
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7. 6. Santa Ana, Califórnia
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7/12 (Justin Sullivan/Getty Images)
Está em 7º na lista dos pontos de venda per capita (1 para 8.903 pessoas) e 2º em número de "head shops".
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8. 7. Irvine, Califórnia
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8/12 (Justin Sullivan/Getty Images)
Está em 5º lugar no ranking das cidades com mais cidadãos que possuem o cartão médico para uso da droga: 1,5%.
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9. 8. São Francisco, Califórnia
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9/12 (ROBYN BECK/AFP/Getty Images)
Em head shops, está na 20ª colocação: um para 47.813 pessoas. Em eventos, está no top 25. Já em pontos de venda da droga, está em 11º: um para 10.421 habitantes.
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10. 9. Sacramento, Califórnia
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10/12 (MARK RALSTON/AFP/Getty Images))
Por lá, há uma loja para cada 8.141 pessoas (6ª posição). Em termos de head shops, está em 42º lugar, mas é um dos locais com mais festivais e eventos dedicados à cannabis.
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11. 10. Los Angeles, Califórnia
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11/12 (David McNew/Getty Images)
Los Angeles ficou um pouco atrás do ranking por ser uma cidade muito populosa, então perde na lista dos locais com mais lojas per capita. Mesmo assim, tem 10.324 lojas para 3,8 milhões de pessoas. Além disso, ela tem mais pessoas com o cartão médico que permite o uso da droga que qualquer outra cidade: 56.111 pessoas (1.5% do total).
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12. Agora veja como é a situação da droga ao redor do mundo
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12/12 (Gilles Mingasson/Getty Images)