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Moro vai ao Senado: qual é o impacto político das mensagens?

O ministro da Justiça terá a oportunidade de dar suas explicações aos parlamentares sobre as mensagens vazadas pelo site The Intercept

SERGIO MORO: ministro da Justiça terá a oportunidade de dar suas explicações aos parlamentares sobre as mensagens vazadas pelo site The Intercept (Rafael Marchante/Reuters)

SERGIO MORO: ministro da Justiça terá a oportunidade de dar suas explicações aos parlamentares sobre as mensagens vazadas pelo site The Intercept (Rafael Marchante/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2019 às 06h56.

Última atualização em 19 de junho de 2019 às 08h25.

Acostumado ao papel de inquisitor, nesta quarta-feira o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, será o interrogado. Moro vai à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde a partir das 9h terá a oportunidade de dar suas explicações aos parlamentares sobre as mensagens vazadas pelo site Intercept.

Relevadas em uma série de reportagens nos últimos 10 dias, as conversas mostram Moro e o procurador Deltan Dallagnol aparentemente combinando a atuação de Justiça e Ministério Público nas investigações da Lava-Jato, o que é proibido pela Constituição.

Ontem à noite, em nova revelação, o Intercept mostra que Moro teria questionado investigações da força tarefa contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Moro, investigar FHC “melindra alguém cujo apoio é importante”, em mais um episódio que reforça a tese de parcialidade da Lava-Jato.

O ministro da Justiça vai ao Senado espontaneamente, e deve, mais uma vez, questionar a legalidade dos vazamentos e não deve confirmar que as mensagens são suas, embora inicialmente não tenha negado sua legitimidade.

O depoimento será feito poucas horas depois de o Senado impor derrota importante ao governo com relação direta à pasta de Moro. Na noite de ontem, por 47 votos a 28, os senadores aprovaram projeto que susta um decreto de Jair Bolsonaro que flexibiliza o posse e o porte de armas. A pauta vai agora para a Câmara.

A derrota é mais uma mostra de como o Congresso deve se contrapor a projetos do governo, mesmo àqueles mais caros ao presidente. No sábado, Bolsonaro pediu que seus seguidores cobrassem senadores para manter o projeto que beneficia “bons cidadãos”.

Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou também um convite a Dallagnol para falar das mensagens divulgadas pelo Intercept. Novos diálogos continuarão vindo à tona. Esta quarta-feira deve mostrar seu potencial de impacto político num momento em que o governo que precisa mostrar apoio no Congresso para a aprovação de suas pautas prioritárias.

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