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Moro falará com Maia sobre decisão de deixar pacote anticrime para depois

Para não interferir na tramitação na Previdência, câmara pode deixar para segundo semestre tramitação da proposta sobre segurança pública

Sérgio Moro: ministro da Justiça acredita que propostas não são incompatíveis (Youtube/Reprodução)

Sérgio Moro: ministro da Justiça acredita que propostas não são incompatíveis (Youtube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de março de 2019 às 14h22.

Última atualização em 15 de março de 2019 às 18h20.

Brasília — O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, vai procurar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir a tramitação do pacote anticrime proposto por ele no mês passado.

Na edição desta sexta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Câmara pode deixar para o segundo semestre a discussão sobre o pacote anticrime do ministro e ex-juiz da Lava Jato.

Maia e o presidente Jair Bolsonaro avaliam que a análise conjunta pode atrapalhar a discussão da reforma da Previdência.

O acordo entre Maia e Bolsonaro contraria a avaliação de Moro ao apresentar o projeto, no mês passado. Na ocasião, disse que as duas propostas "não eram incompatíveis".

Dentro do ministério, a expectativa era da tramitação em conjunto à Previdência e, até, com a possibilidade de ir ao Plenário antes da proposta da equipe da Economia. O Estado apurou que o ministro não havia sido informado das tratativas.

Para líder da Frente da Segurança Pública, Capitão Augusto (PR-SP), a pasta de Moro não pode ser "paralisada" até o final da Previdência. "Não dá para deixar o ministério do Moro parado", disse.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a equipe de Moro não considera a junção das propostas como um problema. O pacote anticrime foi anexado ao projeto capitaneado com pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, discutido ano passado em uma comissão especial no Congresso.

O atual pacote, no geral, prevê o aumento da população carcerária, enquanto o discutido pelo ministro do STF visava reduzir o número de detentos. Entretanto, é mais transigente com organizações criminosas e não cita crime de corrupção eleitoral, o caixa 2.

Para a líder da Frente Ética contra a Corrupção, deputada Adriana Ventura (Novo-SP), a opção de Maia e Bolsonaro é uma escolha de governo: "Acho que como gestor, o governo avaliou as prioridades. O pacote anticrime do ministro Moro é fundamental, mas o governo escolheu concentrar esforços neste momento na Previdência", afirmou completando: "Contudo, a pauta do ministro tem que ser uma das prioridades da Casa este ano".

A proposta de Moraes, a qual foi anexada à de Moro, está parada na Câmara aguardando a criação de comissão temporária para analisar o projeto. Maia afirmou ao Estadão/Broadcast que deve formar o grupo em 90 dias.

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