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Moro defende que empresas premiem quem denunciar irregularidades

Em tom de recado às empresas e à própria Petrobras, o juiz sugeriu alguns instrumentos que podem ajudar as companhias a evitar novos casos de corrupção

Sérgio Moro: segundo ele, as empresas deveriam fazer sindicâncias patrimoniais de funcionários (Leonardo Benassatto/Reuters)

Sérgio Moro: segundo ele, as empresas deveriam fazer sindicâncias patrimoniais de funcionários (Leonardo Benassatto/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 13h05.

Rio de Janeiro - O juiz da Lava Jato em Curitiba, Sérgio Moro, defendeu nessa sexta feira que as empresas poderiam pagar prêmios a funcionários para estimularem a denúncia de casos de desvio de conduta e corrupção. Segundo ele, já há algumas iniciativas nesse caminho no exterior e a medida poderia ser adotada aqui no Brasil

"Poderia ser uma compensação financeira mesmo que módica", disse ele em evento na sede da Petrobras sobre compliance.

Em tom de recado às empresas e à própria estatal, cujo presidente Pedro Parente estava na platéia, Moro sugeriu ainda alguns instrumentos que podem ajudar as companhias a evitar novos casos de corrupção.

Segundo ele, as empresas deveriam fazer sindicâncias patrimoniais de funcionários, especialmente diretores; uso exclusivo de emails corporativos para conversas sobre negócios; conhecimento mais profundo de fornecedores e dos fornecedores dos fornecedores e outras práticas.

O presidente da Petrobras, em um aparte no evento, revelou algumas medidas anticorrupção que estão em fase de implementação. Entre elas, o acompanhamento patrimonial de membros da diretoria executiva e do Conselho de Administração, além de uma acompanhamento em tempo real de emails de funcionários com o uso de palavras-chave.

"Passos estão sendo dados... vamos avaliar todas as sugestões", disse Parente. "Sobre a premiação tem a sua polêmica mas entendi perfeitamente suas alegações, que visam tirar aquele que conhece o malfeito da zona de conforto... vamos estudar a medida", acrescentou.

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