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Moro decide que novo depoimento de Lula será presencial

O juiz afirmou que a gravação do depoimento de Lula será feita "da mesma forma que o anterior", se referindo ao interrogatória da ação sobre o tríplex

Moro e Lula: o depoimento foi marcado por Moro para o dia 13 de setembro (Montagem de Rodrigo Sanches/EXAME.com/Divulgação)

Moro e Lula: o depoimento foi marcado por Moro para o dia 13 de setembro (Montagem de Rodrigo Sanches/EXAME.com/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 28 de julho de 2017 às 18h35.

São Paulo - O juiz Sérgio Moro decidiu nesta sexta-feira que o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um processo relacionado a um terreno que seria destinado ao Instituto Lula será presencial, após a defesa do petista rejeitar a possibilidade aberta pelo juiz de colher o depoimento por videoconferência.

"Sugeriu o juízo na ocasião a realização do interrogatório do acusado Luiz Inácio Lula da Silva pelos motivos ali expostos. A defesa não aceitou. Diante da recusa, o interrogatório será presencial", escreveu Moro em breve despacho anexado ao processo.

O juiz também afirmou que a gravação do depoimento de Lula será feita "da mesma forma que o anterior realizado na ação penal conexa", se referindo ao interrogatório de Lula na ação que envolve um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, na qual Moro condenou o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sem determinar que ele fosse preso imediatamente.

Naquela ocasião, Moro proibiu a defesa de Lula de gravar por conta própria o depoimento alegando que o ex-presidente e seus advogados buscavam transformar aquele ato processual em "evento político­-partidário".

Na petição em que recusou a possibilidade de um depoimento por videoconferência nesta segunda ação penal, a defesa de Lula afirmou que pretendia gravar a audiência em áudio e vídeo, argumentando que essa é uma prerrogativa dos advogados.

O depoimento marcado por Moro para o dia 13 de setembro acontece no âmbito da ação em que Lula é acusado de receber como propina um terreno que seria destinado à construção da sede do Instituto Lula, além de um apartamento vizinho ao que mora em São Bernardo do Campo.

Ao abrir a possibilidade de que a oitiva fosse feita por videoconferência, Moro citou "gastos necessários, mas indesejáveis, de recursos públicos com medidas de segurança" para o depoimento anterior do ex-presidente em Curitiba.

O primeiro depoimento de Lula a Moro em maio foi cercado de expectativa e mobilizou manifestantes a protestar contra e a favor do ex-presidente em Curitiba. Um forte esquema de segurança foi montado para evitar confrontos, com um total de 1,7 mil policiais militares. Após o depoimento, Lula falou a milhares de simpatizantes numa praça no centro da cidade.

Lula nega ter cometido quaisquer irregularidades e seus advogados afirmam que o ex-presidente é alvo de perseguição política promovida por setores do Ministério Público, da Polícia Federal e do Judiciário.

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