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Moro cobra manifestação do MPF sobre assassinato de empresário

O empresário, que ajudou a força-tarefa da Lava Jato, foi executado misteriosamente com 9 tiros no dia 17 de janeiro na cidade de Candeias, Bahia

Moro: "Não se pode excluir a possibilidade de que o homicídio esteja relacionado a esta ação penal" (Nelson Almeida/Getty Images)

Moro: "Não se pode excluir a possibilidade de que o homicídio esteja relacionado a esta ação penal" (Nelson Almeida/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 15h56.

Última atualização em 26 de janeiro de 2018 às 16h19.

São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro pediu uma manifestação do Ministério Público Federal (MPF), em cinco dias, sobre o assassinato do empresário José Roberto Soares Vieira, que ajudou a força-tarefa da Lava Jato a rastrear pagamentos ao principal alvo da 47.ª fase da Operação, o ex-gerente da Transpetro José Antonio de Jesus. O empresário foi executado misteriosamente com 9 tiros no dia 17 de janeiro na cidade de Candeias, Bahia.

"Infelizmente, há notícia muito grave do assassinato do acusado José Roberto Soares Vieira em 17 de janeiro no curso da ação penal, o que ainda está em apuração", afirmou Moro.

"Não se pode excluir a possibilidade de que o homicídio esteja relacionado a esta ação penal, já que, na fase de investigação, o referido acusado aparentemente confessou seus crimes e revelou crimes de outros. Intime-se o Ministério Público Federal para manifestação em cinco dias."

José Antonio de Jesus é réu em ação penal sobre corrupção e lavagem de dinheiro. Atualmente, o processo está aguardando a apresentação de resposta preliminar pela defesa do ex-gerente da Transpetro.

No dia 21 de novembro de 2017, data da Operação Sothis, 47.ª fase da Lava Jato, José Roberto Soares Vieira, alvo de buscas e apreensões, prestou depoimento à Polícia Federal.

O empresário afirmou que seu ex-sócio, José Antonio de Jesus, recebia pagamentos de empresas contratadas por subsidiárias da Petrobras sem ter prestado qualquer serviço.

O Ministério Público Federal chegou a pedir prisão temporária de José Roberto Soares Vieira, indeferida por Moro ao deflagrar a operação. O empresário teve os bens bloqueados.

O ex-gerente da subsidiária da Petrobras foi preso no âmbito na Sothis. A Procuradoria suspeita que José Antonio, familiares e intermediários operacionalizaram o recebimento de R$ 7 milhões de propinas pagas pela empresa NM Engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014.

Ex-sócio de José Antonio na JRA Transportes, José Roberto disse que a empresa fazia transferências para os parentes do ex-gerente e que era usada para bancar despesas pessoais de Jesus.

Com base em seu depoimento, o Ministério Público Federal rastreou pagamentos de R$ 2,3 milhões supostamente em benefício do ex-gerente da Transpetro.

A Lava Jato sustenta que a JRA Transportes e a Sirius, ligadas ao ex-gerente da Transpetro, eram usadas para o recebimento de propinas da NM.

Além da NM Engenharia, José Roberto Vieira revelou à Polícia Federal que outras prestadoras de serviços de subsidiárias da Petrobras faziam pagamentos à JRA, como foi o caso da Meta Manutenção.

De acordo com José Roberto Vieira, os pagamentos da Meta eram ainda maiores do que os da NM Engenharia, alvo da Lava Jato 47, e nunca houve prestação de serviços.

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