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Moro bloqueia R$ 4,4 milhões de Delfim Netto

O valor é referente a uma parte da propina total de R$ 15 milhões que teria sido destinada a Delfim nas obras da usina de Belo Monte, no Pará

Delfim: O bloqueio atinge contas de Delfim, de Luiz Apolonio Neto, seu sobrinho, que também alvo da Buona Fortuna, e de empresas de 'consultoria' do ex-ministro (Germano Lüders/Exame)

Delfim: O bloqueio atinge contas de Delfim, de Luiz Apolonio Neto, seu sobrinho, que também alvo da Buona Fortuna, e de empresas de 'consultoria' do ex-ministro (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de março de 2018 às 13h09.

Última atualização em 13 de março de 2018 às 18h31.

São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro ordenou o bloqueio de R$ 4,4 milhões do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, protagonista do chamado milagre econômico da ditadura militar.

O valor é referente a uma parte da propina total de R$ 15 milhões que teria sido destinada a Delfim nas obras da usina de Belo Monte, no Pará.

Nesta sexta-feira, 9, a Polícia Federal e a Procuradoria da República deflagraram a Operação Buona Fortuna, fase de número 49 da Lava Jato, e fizeram buscas na residência e no escritório do ex-ministro em São Paulo.

O bloqueio atinge contas de Delfim, de Luiz Apolonio Neto, seu sobrinho, que também alvo da Buona Fortuna, e de empresas de 'consultoria' do ex-ministro.

A Procuradoria requereu o bloqueio total de R$ 15 milhões de Delfim, Apolonio e as "consultorias", valor "correspondente ao total de vantagens indevidas acordadas entre Antonio Palocci Filho (ex-ministro dos Governos Lula e Dilma) e as empresas integrantes do Consórcio Construtor Belo Monte".

Moro limitou o embargo a R$ 4,4 milhões, valor já rastreado pelos investigadores. "Em que pese o pedido formulado pelo Ministério Público Federal, resolvo limitar, por ora, o montante a ser constrito em relação a Antonio Delfim Netto, Luiz Appolonio Neto, e as empresas de ambos, a R$ 4.444.314,00 que teria sido o montante pago, valores brutos, em cognição sumária, às empresas de ambos pelas empreiteiras participantes do consórcio."

"O dinheiro (para Delfim) é fruto de fraudes a licitações, cartel, corrupção e lavagem de dinheiro", disse o procurador da República Athayde Ribeiro Costa.

Segundo o procurador, "o dinheiro saiu das empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e J. Malucelli". A investigação aponta que Delfim recebeu os valores por meio de contratos fictícios de consultoria.

Defesas

Os advogados Fernando Araneo, Ricardo Tosto e Jorge Nemr afirmam que Delfim "não cometeu nenhum ato ilícito em qualquer tempo". "O professor Delfim Netto não ocupa cargo público desde 2006 e não cometeu nenhum ato ilícito em qualquer tempo. Os valores que recebeu foram honorários por consultoria prestada", afirma a defesa.

A reportagem fez contato com os advogados de Luiz Appolonio Neto. A defesa informou que só vai se manifestar quando tiver acesso aos dados da investigação.

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