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Moraes nega pedido da defesa de Bolsonaro e mantém prazo de 15 dias para contestação de denúncia

Advogados do ex-presidente tentaram ampliar prazo para respostar à acusação da PGR

Agência o Globo
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Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 20h31.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ampliar o prazo de resposta à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, o prazo continua de 15 dias.

Mais cedo, os advogados de Bolsonaro haviam feito uma série de pedidos para alterar esse prazo. O primeiro foi uma suspensão, até que tenham "acesso à integralidade da prova angariada e utilizada". Também foi solicitado que a defesa dos réus só apresente sua posição após o tenente-coronel Mauro Cid, que também foi denunciado, mas que fechou acordo de delação premiada.

Ainda foi pedido um prazo de 83 dias, o mesmo que a PGR teve para apresentar a denúncia, após o relatório da Polícia Federal (PF), apresentado em novembro do ano passado. Além disso, os advogados pediram um prazo em dobro, já que o processo tem diversos réus.

Todas as solicitações foram negadas por Moraes. De acordo com o ministro, "o amplo e integral acesso aos elementos de prova já documentados nos autos está plenamente garantido à defesa dos investigados".

Em relação à apresentação da manifestação após o relator, Moraes argumentou que isso só vale para a ação penal, uma fase posterior do processo, caso a denúncia seja aceita. Já os prazos alternativos solicitados "carecem de qualquer previsão legal, pois a legislação prevê o prazo de 15 (quinze) dias", disse o ministro.

Entenda a denúncia

A PGR denunciou ao STF Bolsonaro, o ex-ministro Walter Braga Netto e mais 32 pessoas por participação em uma trama golpista para mantê-lo no poder após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A denúncia foi oferecida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e será apreciada pela Primeira Turma da Corte após ser liberada pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com a acusação, Bolsonaro cometeu os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Por que Bolsonaro foi denunciado pela PGR?

Segundo a PGR, Bolsonaro "liderou" organização criminosa que tentou golpe de Estado. "A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por Jair Messias Bolsonaro, baseada em projeto autoritário de poder", escreveu Gonet, na denúncia.

De acordo com a PGR, a suposta organização criminosa estava "enraizada na própria estrutura do Estado" e tinha "forte influência de setores militares".

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