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Moraes homologa delação premiada e manda soltar Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso há 128 dias e será obrigado a usar tornozeleira eletrônica

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI - 8 de Janeiro) realiza reunião para ouvir depoimento do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente da República. Cid é suspeito de articular uma intervenção militar contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições do ano passado. O colegiado ainda analisa 12 requerimentos. 

Chegada do depoente à sala da comissão. 

Mesa: 
tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid. 

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI - 8 de Janeiro) realiza reunião para ouvir depoimento do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente da República. Cid é suspeito de articular uma intervenção militar contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições do ano passado. O colegiado ainda analisa 12 requerimentos. Chegada do depoente à sala da comissão. Mesa: tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 9 de setembro de 2023 às 12h16.

Última atualização em 9 de setembro de 2023 às 12h43.

Um dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro nos quatro anos de governo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid teve seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal homologado neste sábado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com isso, Mauro Cid será solto, mas com liberdade provisória, e obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Pela decisão, ele também ficará afastado do Exército e será obrigado a fazer recolhimento noturno.

Na prática, a decisão representa o aval da Justiça para que o tenente-coronel colabore com investigações que envolvem ele e o ex-titular do Palácio do Planalto em troca de benefícios, como redução ou perdão judicial em caso de condenação.

Cid, que é tenente-coronel da ativa do Exército, está preso desde o dia 3 de maio e é alvo de suspeitas que envolvem fraude em cartões de vacinação, venda irregular de presentes dados ao governo brasileiro e tramas para um possível golpe de estado no país. Como revelou o blog da jornalista Andréia Sadi, do g1, a proposta de delação apresentada pela defesa do militar envolve os três temas.

O militar está preso há 128 dias no Batalhão da Polícia do Exército de Brasília. A homologação é considerada uma das fases mais importantes das tratativas de colaboração premiada, uma vez que confirma a validade dos termos apresentados pelo colaborador, assim como a sua intenção de colaborar "de livre e espontânea vontade".

Delação de Cid: os próximos passos da negociação do acordo do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Cid, ao lado de seu advogado, Cézar Bittencourt, esteve nesta quarta-feira na sede do STF para entregar um termo de intenção no qual se dispõe a firmar o acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Desde o início do ano o tenente-coronel vem prestando depoimentos à PF. Com a homologação do acordo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deverá seguir prestando informações para esclarecer fatos pelos quais é investigado.

Contexto

Mauro Cid foi ajudante de ordens de Bolsonaro durante todo o seu mandato e, desde o fim do governo, virou foco de investigações envolvendo suspeitas relacionadas a fraude em cartões de vacinação, venda irregular de presentes dados ao governo brasileiro e também em tramas para um possível golpe de estado no país.

A investigação mais avançada é a que trata da venda de presentes recebidos por Bolsonaro durante sua passagem pela Presidência.

Investigadores identificaram que Cid, com participação do seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, vendeu dois relógios recebidos por Bolsonaro de outros chefes de estado, além de joias e outros itens de luxo.

Cid está preso desde maio, entretanto, em razão de outro inquérito, que apura uma suposta fraude em cartão de vacina. Segundo a investigação da Polícia Federal, Cid teria atuado para fraudar certificados de votação para si próprio e para seus familiares antes de uma viagem aos Estados Unidos. Os dados do ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como o de sua filha, Laura Bolsonaro, também teriam sido fraudados por orientação do então ajudante de ordens.

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