(Jair Bolsonaro/ Facebook/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 3 de maio de 2023 às 16h09.
Última atualização em 3 de maio de 2023 às 17h29.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que é "plausível" a linha investigativa da Polícia Federal (PF) de que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de um esquema para fraudar comprovantes de vacinação. O ministro, porém, diz que não há indícios da participação de Michelle Bolsonaro na possível fraude.
"É plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas Eleições Gerais de 2022", diz Moraes.
A afirmação está dentro da decisão que determinou diversas medidas, entre elas a prisão de Mauro Cid e a busca e apreensão na casa do ex-presidente que foram cumpridas na manhã desta quarta-feira, 3. Toda a investigação estava sob sigilo e Moraes decidiu tornar todo o documento público, ao qual EXAME teve acesso.
Moraes ainda comentou um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegou que só haveria provas das participação de Cid, e não do ex-presidente.
"Não há qualquer indicação nos autos que conceda credibilidade à versão de que o ajudante de ordens do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro pudesse ter comandado relevante operação criminosa, destinada diretamente ao então mandatário e sua filha L. F. B., sem, no mínimo, conhecimento e aquiescência daquele, circunstância que somente poderá ser apurada mediante a realização da medida de busca e apreensão requerida pela autoridade policial", escreveu o ministro.
Mais cedo, em entrevista a jornalistas, o ex-presidente disse que não tomou vacina contra a covid-19 e que estava "surpreso" com a operação da Polícia Federal que investiga suposta falsificação do cartão de vacinação.
"O objetivo de busca foi o cartão de vacina. Eu não tomei vacina. Foi uma decisão minha depois de ler a bula da Pfizer. O cartão da minha esposa também foi fotografado. Ela tomou nos Estados Unidos, da Janssen. Minha filha Laura também não tomou. Eu fico surpreso [com a investigação]. Não tenho mais nada o que falar", disse o ex-presidente em frente a sua residência em Brasília, logo depois de saída da PF do local.
A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, faz parte do inquérito das "milícias digitais" que tramitam no Congresso. Batizada Venire, a ofensiva cumpre mais cinco mandados de prisão preventiva e vasculha 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro.
(Com Agência O Globo)