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Moradores protestam em frente a quartel-geral de Vitória

Moradores pedem a volta dos policiais militares para o patrulhamento das ruas e protestam contra a presença dos familiares em frente aos quartéis

Protesto em Vitória: desde sábado (4), a capital capixaba está sem policiamento nas ruas e parentes de policiais militares estão impedindo a saída de viaturas como forma de protesto (Paulo Whitaker/Reuters)

Protesto em Vitória: desde sábado (4), a capital capixaba está sem policiamento nas ruas e parentes de policiais militares estão impedindo a saída de viaturas como forma de protesto (Paulo Whitaker/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 19h27.

O clima é de tensão em frente ao Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo em Maruípe, na região central de Vitória, desde meados da tarde de hoje (7).

Moradores pedem a volta dos policiais militares para o patrulhamento das ruas e protestam contra a presença dos familiares - principalmente mulheres - em frente aos quartéis.

Desde sábado (4), a capital capixaba está sem policiamento nas ruas e parentes de policiais militares estão impedindo a saída de viaturas como forma de protesto. Eles reivindicam reajuste salarial e o pagamento de benefícios.

Os militares do Exército que chegaram ontem (6) para reforçar a segurança no Espírito Santo estão no local separando os dois grupos e já liberaram o trânsito na Avenida Maruípe que havia sido interditada pelos manifestantes.

A manicure Marislaine da Silva Feu, 32 anos, era uma das que protestavam contra a presença das mulheres em frente ao quartel e veio reivindicar para que elas saíssem da frente do batalhão.

"Estou sem poder trabalhar porque meus quatro filhos estão sem estudar. Nós estamos presos dentro de casa. Eu sou filha de militar, mas eu não sou a favor dessa greve. A gente está sofrendo. Escolas estão fechadas, comércio sendo saqueado, pessoas morrendo", disse a moradora de Vitória.

Em frente à entrada do quartel geral, a professora Priscila Nascimento de Almeida, de 27 anos, namorada de um policial militar, levou uma pedrada na cabeça, segundo ela, jogada pelos manifestantes.

"Queremos reivindicar um salário melhor porque eles passam dificuldade, correm risco. Os moradores deveriam ir atrás do secretário de Segurança e não vir para cá. A gente está fazendo a nossa manifestação sem agredir ninguém", disse Priscila, que está desde sábado acampada com outras mulheres em frente ao batalhão.

"A culpa não é da polícia. Eles têm que cobrar do governo".

Clima de insegurança

A região metropolitana de Vitória ainda vive um clima de insegurança após a onda de violência que atinge o estado quatro dias após o início da mobilização de parentes de policiais militares, que impedem a saída de viaturas dos batalhões.

Apesar da presença de mil homens das Forças Armadas e 200 da Força Nacional que patrulham as ruas para reforçar a segurança da região metropolitana de Vitória, a maior parte do comércio está fechado, há poucos ônibus circulando e muitas ruas estão vazias.

Pelo segundo dia consecutivo, a prefeitura de Vitória suspendeu a volta às aulas na rede municipal e o atendimento em todas as unidades de saúde da capital do Espírito Santo.

Liminar

Uma liminar do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) não impediu a mobilização de parentes de policiais militares.

A Justiça decretou a ilegalidade do movimento e proibiu a realização de qualquer tipo de paralisação dos serviços de segurança pública pelos policiais, sob pena de multa diária de R$ 100 mil para as associações de classe dos militares.

O desembargador do TJES, Robson Luiz Albanez, determinou ainda que os piquetes montados nas sedes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros sejam desfeitos.

Na decisão, Albanez argumenta, baseado na Constituição, que é vedado qualquer tipo de paralisação por parte de militares, uma vez que seus serviços são indispensáveis para a sociedade e que a ausência de policiamento coloca em risco a segurança coletiva.

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