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Moradores em SP irão à Justiça contra venda de rua no Itaim

A Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio confirma que a quantia pedida pela Prefeitura - R$ 5,8 milhões - não corresponde ao valor de mercado da região


	Itaim Bibi: no ano passado, moradores do bairro já haviam entrado em atrito com a Prefeitura para impedir a venda de outra área pública 
 (VEJA SAO PAULO)

Itaim Bibi: no ano passado, moradores do bairro já haviam entrado em atrito com a Prefeitura para impedir a venda de outra área pública  (VEJA SAO PAULO)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 08h54.

São Paulo - A intenção da Prefeitura de vender a Rua Oswaldo Imperatrice pegou de surpresa a Sociedade Amigos do Itaim-Bibi (Saibibi), que ameaça entrar na Justiça contra a decisão. "O (Gilberto) Kassab agora está com essa mania de vender ruas da cidade. Vamos entrar com liminar para impedir", diz Marcelo Motta, presidente da Saibibi.

Segundo ele, o terreno está subavaliado. "É uma negociação malfeita, que prejudica os cofres públicos."

A Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) confirma que a quantia pedida pela Prefeitura - R$ 5,8 milhões (R$ 9.900, o m²) - não corresponde ao valor de mercado da região - de acordo com a entidade, o metro quadrado de um terreno na Avenida Brigadeiro Faria Lima custa o dobro, R$ 20 mil.

No ano passado, moradores do bairro já haviam entrado em atrito com a Prefeitura para impedir a venda de outra área pública - um quarteirão de 20 mil m² entre as Ruas Cojuba, Lopes Neto, Salvador Cardoso e Horácio Lafer. No espaço, funcionam a Biblioteca Anne Frank, a Escola Infantil Tide Setúbal, uma creche e outros equipamentos públicos de saúde.

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) tinha planos de vender o quarteirão para um empreendimento imobiliário. Para impedir, a Saibibi entrou com processo de tombamento no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).


O caso da Rua Oswaldo Imperatrice é diferente. Trata-se de uma área menor, de 589 metros quadrados, já desocupada. As casas, com exceção do imóvel onde funcionou o Restaurante Desfrutti (na esquina com a Avenida Brigadeiro Faria Lima), já foram derrubadas.

Garagem

É muito fácil passar pela Rua Leopoldo Couto Magalhães e não perceber a Rua Oswaldo Imperatrice. A viela de paralelepípedo foi tomada pelo mato e agora está fechada por um portão de ferro verde. Para alguns, parece até entrada de garagem.

O Desfrutti mudou de endereço em março, pouco depois que os engenheiros foram avaliar se o terreno de fato era adequado para a construção de um prédio. "No local, será levantado um edifício comercial e, ao lado, um teatro e uma praça", diz Rafael Birmann, diretor da Birmann Empreendimentos, que gerencia o projeto para a Faria Lima Traine Properties.

Do lado direito da rua, há um grande terreno, resultado da demolição das casas. "O grupo comprou os imóveis ao longo dos anos", conta Birmann. Hoje, ali, funcionam dois grandes estacionamentos Estapar. O único obstáculo para o novo empreendimento sair do papel é a Rua Oswaldo Imperatrice. 

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