Movimento social interrompe aula de Haddad: Haddad teria se retirado da sala e moradores foram atrás dele (Divulgação/Luta do Transporte do Extremo Sul)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2015 às 13h56.
São Paulo - Um grupo com cerca de 30 a 40 moradores de bairros do distrito de Parelheiros, na zona sul da capital paulista, interrompeu por volta das 9 horas desta segunda-feira, 27, a aula do prefeito Fernando Haddad (PT), no prédio da pós-graduação de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo (USP), no campus Butantã, na zona oeste.
Os moradores exigiam a criação urgente de linhas de ônibus em seus bairros, no extremo sul da cidade. Eles levaram um documento para que o prefeito assinasse se comprometendo a implantar cinco linhas.
"O Haddad não assinou o compromisso, mas deu a palavra dele de que teria uma reunião no dia 16 ou 23 de maio", disse Luíze Tavares, militante do movimento Luta do Transporte no Extremo Sul.
Segundo Luíze, o prefeito chegou a se retirar da sala de aula por se sentir ofendido com a intervenção. Haddad teria dito, ainda de acordo com a manifestante, que não assinaria documento algum e que não era para os moradores interromperem a aula.
"Nós entramos, apresentamos o histórico dos bairros. A principio, ele não queria que interrompêssemos a aula, pediu para procurarmos por ele no intervalo", afirmou a militante.
"Houve alguns momentos de tensão porque ele achou que estava sendo ofendido. Mas ele não acha que ofender é a pessoa andar duas horas para um ponto de ônibus."
Em seguida, Haddad teria se retirado da sala e moradores foram atrás dele. Os seguranças teriam acompanhado a saída do prefeito.
"Ele parou no corredor das Ciências Sociais e ali terminou a conversa. Lemos para ele o que queríamos que ele assinasse, ele concordou em partes, mas disse que não ia assinar de qualquer jeito", declarou Luíze.
Ainda de acordo com Luíze, a reunião no dia 16 ou 23 de maio está prevista para ocorrer na subprefeitura de Parelheiros.
A luta pelas linhas na região é histórica. Em 2014, moradores da região chegaram a organizar uma van, chamada pelo grupo de "linha popular", por um dia e se acorrentaram no saguão da Prefeitura como forma de protesto.