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Moody’s critica Sabesp por ineficiência no combate à seca

Agência compara ação da empresa paulista com a responsável pela água de Los Angeles, que enfrenta seca parecida, mas tem ótima nota de crédito

Há 1 ano no volume morto, Cantareira precisará de reserva até final de 2015 (Paulo Whitaker/Reuters)

Há 1 ano no volume morto, Cantareira precisará de reserva até final de 2015 (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2015 às 18h49.

Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 16h32.

São Paulo – Em relatório divulgado hoje, a agência de classificação de risco Moody’s definiu como “ineficientes” as medidas de combate à escassez de água promovidas pela Sabesp desde o ano passado. O ponto de comparação foi o Departamento de Água e Energia de Los Angeles (LADWP), que faz trabalho equivalente para a cidade norte-americana.

No relatório, a agência diz que apesar de o estado de São Paulo e a cidade de Los Angeles estarem em áreas de secas sazonais, uma combinação de melhor planejamento de infraestrutura, esforços de conservação da qualidade de água e independência ao definir aumentos de taxas faz com que Los Angeles seja mais capaz de manejar a seca que São Paulo.

Recentemente, inclusive, ficou famosa a iniciativa do LADWP ao cobrir os reservatórios da cidade com esferas de plásticos flutuantes, chamadas de "bolas de sombras", para combater a evaporação de água e a seca na região, considerada a pior em 1.200 anos.

“A população de São Paulo cresceu muito mais rápido que a de Los Angeles, mas a infraestrutura empregada não acompanhou o ritmo, deixando o estado incapaz de aprimorar sua capacidade de armazenamento de água. A LADWP tem armazenado o suficiente para 18 meses de abastecimento, enquanto a Sabesp tem para cinco”, diz a agência. “A disparidade em estrutura organizacional e armazenamento de água são primordiais para a diferença de classificação entre as empresas.”

Além de armazenamento e consumo, outro ponto indicado pelo relatório é a deficiência da empresa brasileira no combate a vazamentos. O programa da empresa paulista prevê investimentos nesse sentido por mais seis anos, enquanto os californianos já o fizeram.

O resultado das percepções da Moody’s fica claro nas notas de risco das empresas. A Sabesp acabou de ter sua nota rebaixada para Ba1, o que significa qualidade questionável de investimento, pertencente ao grau especulativo. Soma-se a isso a perspectiva negativa, o que indica chance de mais rebaixamento. A LADWP está estável em Aa2, definida com alta qualidade.

“A combinação desses fatores e a força do crédito na LADWP vai aliviar a pressão na empresa mesmo que a seca continue em 2016. A nota da Sabesp está mais vulnerável”, diz o relatório.

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