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Moema é bairro com maior taxa de cesárea da capital paulista

Do total de partos realizados no bairro em 2014, ano do levantamento, 78,4% foram por meio de cesariana


	Moema: do total de partos realizados no bairro em 2014, ano do levantamento, 78,4% foram por meio de cesariana
 (Reprodução/YouTube)

Moema: do total de partos realizados no bairro em 2014, ano do levantamento, 78,4% foram por meio de cesariana (Reprodução/YouTube)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2016 às 20h36.

São Paulo - O bairro de Moema é o distrito paulistano com a maior taxa de cesárea, revela estudo feito pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulgado nesta segunda-feira, 27. Do total de partos realizados no bairro em 2014, ano do levantamento, 78,4% foram por meio de cesariana.

O estudo mostra que a taxa média de cesárea na cidade foi de 54,7% naquele ano, com grande variação dos índices conforme os distritos. Em geral, os bairros com maior nível socioeconômico têm as maiores taxas.

Além de Moema, aparecem no topo de ranking de distritos campeões de parto cesariano Barra Funda (78,2%), Saúde (77,6%), Vila Leopoldina (76,4%) e Santo Amaro (75,5%).

No outro extremo da lista, com as menores taxas, estão Cidade Tiradentes (40,4%), Jardim Ângela (40,8%), Bom Retiro (43,1%), Jardim Helena (43,2%) e Brasilândia (43,3%). Mesmo nessas regiões, a taxa ainda é bem superior à recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 15%.

Para Paola Fasano, ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz, a disparidade dos índices está relacionada ao maior acesso das gestantes dos bairros de maior nível socioeconômico a serviços de saúde privados, onde o agendamento de cesariana é uma prática comum.

"Há uma alta concentração de maternidades particulares nos bairros mais ricos e temos, na rede privada, muitas pacientes que já chegam decididas a fazer cesárea", diz ela.

De acordo com a médica, a maioria das grávidas que mesmo sem indicação médica optam pela cesárea justificam a escolha alegando medo de sentir dor no parto normal.

"Ao médico cabe dar a orientação e dizer quais são as condições do parto, mas a decisão final é da mulher. Hoje seis em cada dez partos que faço são cesáreas, mas já vejo uma mudança de comportamento. Cada vez mais mulheres chegam inclinadas a fazer um parto normal", diz Paola.

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